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DEPOIMENTOS

Alemanha

        Faço Engenharia Mecânica, com DD na Technische Universität München, na Alemanha, com bolsa do CSF por um ano. Minha média Poli era em torno de 7,8, mas eu acho que o diferencial maior de todos os que vieram para a Alemanha eram as atividades extra-curriculares. Eu era da Poli Júnior, fazia IC (Iniciação Científica), ganhei um dos prêmios de qualidade em projeto da PJ e fiquei em segundo lugar em outro. Quanto as matérias, existe uma lista enorme de optativas eletivas aqui na faculdade. O custo de vida aqui, no entanto, é bem alto. Depende muito de quanto você paga de aluguel, mas os aluguéis mais baratos giram em torno de €400. E tem pouco. Eu mesmo só arranjei uma casa por €570/mês.

     Munique é muito caro, se comparada a outras cidades. Pelo que falaram aqui, a gente vai gastar em torno de €1000/mês. Como a gente ainda tinha CSF, o Studentenwerk (ramo local da Associação Alemã Nacional para assuntos estudantis, órgão responsável por prover serviços públicos para apoio econômico, social, médico e cultural para estudantes em universidades alemãs) daqui não ajuda muito a procurar casa, então não dá para ficar no equivalente deles do CRUSP.  Esses €1000/mês contam com as taxas que devem ser pagas de vez em quando para ter uma vida confortável aqui, comendo em restaurantes de vez em quando, etc. Existe um bandejão, mas ele funciona de maneira um pouco diferente do brasileiro. Você paga pelo prato que pegar. A comida fica de €2,20 a €5, dependendo do dia e do que você pegar. Por enquanto, estou adorando aqui e, inclusive, estou indo agora para a Oktoberfest (festa popular anual realizada anualmente em Munique)."

                                                                                                                                                                  G.E.G.

         Faço Engenharia Mecânica. No momento, faço CSF na Technische Universität Darmstadt. Minha média Poli, ao ser aprovada, era 6,3 e, de atividades extra-curriculares, eu fazia PET-Mecânica (do qual fui parte por um ano), PACE (também por um ano) e Iniciação Científica (idem). Eu também fazia esportes, tanto na faculdade (handebol e rúgbi) quanto fora.

     Para conseguir o intercâmbio, o pessoal do CSF dava prioridade para os alunos do quarto ano, então, no terceiro, o fato de não ter DP ou recuperação conta muito. Acho que eu seria aprovada no DD (Duplo Diploma) também, mas não quis porque imaginava que não teria condições de vir e viver sem uma bolsa. Aqui na universidade, eu posso fazer a matéria que quiser. Ainda não sei muito bem, mas com certeza as matérias que escolherei serão relacionadas à automobilística ou à biomecânica. Não fui às aulas ainda, mas as principais diferenças entre a Poli e a TU Darmstadt são que aqui existem aulas em forma de seminário e também apresentações. Você sabe cada tipo de aula previamente e esse tipo de aula determina o quão participativo é necessário ser. Além disso, existem muitas aulas gravadas, o que é muito bom.

     Aqui na Darmstadt, o custo de vida não é muito alto, mas o aluguel, sim, porque existem muitos estudantes. Moro num WG (Wohngemeinschaft, espécie de apartamento compartilhado comum na Alemanha) com outros dois alemães, que não são da faculdade. A maioria dos estudantes mora na faculdade, que custa quase o mesmo preço. Tem bandejão na Alemanha, chama-se Mensa e é bem variado, mas mais caro. O de onde estou é particularmente um dos mais caros; o de onde eu estava antes (Maburg) era mais barato: a refeição saía em média por €3, enquanto aqui sai por aproximadamente €3,40~€5, embora haja pratos menores por €1,80 ou €2. Eu moro no centro de Darmstadt, então preciso pegar um ônibus para ir até o campus de Mecânica. Dá para ir de bicicleta também, e então são dez minutos, mas é muito frio. Tenho bolsa do CSF.

     Há poucas baladas por aqui (não é tão bom quanto São Paulo) e há festas, mas não são tão boas, também. O povo alemão é bem diferente; no geral, tem muito mais bares.

Eu provavelmente vou fazer cerca de 20 créditos; se eu não conseguir aproveitá-los para as matérias do quinto ano, provavelmente todos vão ficar como créditos de optativas (mas acho que dará para aproveitar grande parte, sim)."                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 M.P.

          Sou da engenharia mecânica e estou fazendo DD na TU Darmstadt há mais ou menos nove meses. Acho que a minha média Poli era 6,2 quando fui aprovado para o intercâmbio, mas foi 6,5 ao longo do curso todo. De atividades extracurriculares, fiz um ano de Poli Júnior (primeiro ano de Poli) e uma iniciação científica.

     Difícil dizer qual o meu diferencial para ser aprovado para o intercâmbio, mas eu acho que foi muito importante saber bastante sobre a faculdade aqui, ter alguma forma de conexão. No meu caso, o meu professor da Poli fez doutorado aqui e eu pretendo fazer a minha tese com ele e tal, na área que eu gosto. Mas acho que isso é muito “blah blah blah”, no final, o que conta mesmo, é a nota e saber falar alemão.

     Sobre o nível de fluência exigido pela universidade, eu vim com o B1 (intermediário 1), talvez esse fosse o mínimo. A Instituição também oferece um curso de línguas, um intensivo de um mês. Depois disso, você pode fazer a prova de certificado de graça. No meu caso, eu pulei para o B2.

     A universidade exige histórico escolar e um Learning Agreement, que é um documento onde você preenche com as matérias que você tem vontade de fazer aqui durante o curso. Eu tenho 90 créditos no curso todo mais a tese (30 créditos). No primeiro semestre, eu fiz 48 créditos e foi tranquilo. Tem muitas opções de matérias fáceis. Só há uma matéria obrigatória. Depois disso, você tem que escolher matérias de alguns grupos pré-definidos e cumprir créditos desses grupos.

     Sobre diferenças entre a Poli e a Darmstadt, todo o material das aulas aqui é disponível online. Você não é obrigado a ir nas aulas. É muito melhor. Em relação a didática eu não consigo comparar muito porque as aulas são em alemão, mas acho que é parecido.

     Em questão de custo de vida, gasto 600-700 euros por mês. Eu moro em moradia estudantil, só para estudantes. Tem um órgão do governo que organiza, é bem tranquilo. Eu vim para a Alemanha sem nenhuma bolsa, mas agora consegui uma bolsa da Aucani (Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional) para o próximo semestre.

     Estou curtindo muito as coisas aqui, é muito melhor que a Poli. Eu recomendo demais a Darmstadt. No meu caso, eu estava esgotado da Poli e aqui é tudo muito mais tranquilo. Melhor coisa que fiz.

J.B.

        Faço Elétrica – Eletrotechnik. DD em Technische Universität Darmstadt. Média Poli 6.9. De atividades extracurriculares: Participei do grupo de extensão iPoli, sendo 1 ano como parte da gestão.

Sobre o diferencial para ser aprovado no intercâmbio, não acredito que a escolha seja baseada apenas na nota, mas também no interesse do aluno. Mostrar que você sabe o que está indo fazer e ter noção do tamanho que isso tem, conhecer as oportunidades oferecidas na faculdade e dos desafios que vão vir é muito importante.

O curso que eu queria fazer é muito bem consolidado e recomendado aqui. A pesquisa sobre os laboratórios e as oportunidades na faculdade é muito importante.

A faculdade não exigiu nada demais de documentação, só histórico escolar, cópia do passaporte etc.

A faculdade recomenda nível B1 de fluência. Nenhum é exigido.

Há curso de línguas na TUD, um intensivo antes das aulas começarem que conta como 6 créditos do currículo. Além disso, sempre podemos nos matricular nos cursos do centro de línguas.

Para os alunos do DD, algumas matérias são obrigatórias. Também temos certas quantidades de créditos que precisamos cumprir, mas não com matérias específicas. Por exemplo: X créditos de matérias de engenharia e ciências, Y créditos de estudos gerais.

A didática é bem diferente, a presença em aula não é obrigatória e o aluno precisa estar muito focado para acompanhar as aulas. Além disso, só há uma prova final nas matérias, para o conteúdo de todo o semestre, sem recuperação ou segunda chance.

Custo de vida de proximadamente 800 euros por mês.

Moro em um conjunto de apartamentos oferecidos para os alunos. StudierendewerkDarmstadt.

(http://studierendenwerkdarmstadt.de/wohnservice/)

Sobre alimentação: tem bandeco, custo de aprox.. 3 euros por refeição. Só no almoço durante os dias de semana.

Os alunos da TU-Darmstadt ganham um ticket semestral para todos os transportes do estado de Hessen. Podemos andar no transporte de todo o estado sem pagar extra porque já está incluso no Semesterticket, que faz parte da taxa obrigatória da faculdade de aprox. 216 euros por semestre.

Há festas, principalmente no início do semestre. Mas sempre tem.

A única bolsa que conseguimos foi a da Aucani.

No programa de DD é obrigatório fazer 120 créditos, sendo 30 de Tese e 29 de obrigatórias (para engenharia elétrica) o resto são de optativas dentro e fora da área de engenharia elétrica, sendo que a quantidade de cada tipo de aula também é determinada (x créditos para palestras, Y para labs, Z para seminários...)

Em geral, é mais difícil mas é um aprendizado muito bom.

A maior dificuldade encontrada é o fato de tudo depender de uma prova final, sem midterms e sem recuperação.

a.a

     Engenharia elétrica com ênfase em computação e sistemas digitais. AE em TU Darmstadt. Média Poli: 6.8. De atividades extracurriculares, fiz parte da equipe de remo olímpico da poli por 2 anos e meio e depois fiz parte do USPGamedev, grupo de extensão do IME. Isso além das aulas de alemão (primeiro no Poliglota e dps no Goethe). Sobre meu diferencial, ter uma carta de motivação (não lembro se era esse o nome da carta que tinha que escrever pra CRInt falando das opções de faculdade) alinhada com o meu "histórico". Fiz parte de um grupo de extensão focado em desenvolvimento de jogos digitais e escolhi faculdades fortes no setor de computação gráfica. Isso tudo ficou bem alinhado na carta.

Eu inicialmente tinha interesse na Alemanha porque era da engenharia mecânica quando entrei na poli, e sempre ouvi de parentes que nesse país essa engenharia era muito forte. Então desde o princípio minha ideia era vir pra Alemanha, fosse pra cá ou pra TU München. Depois transferi pra elétrica e descobri que os setores de computação gráfica e segurança da informação eram muito fortes aqui na TUD, o que fez com que eu me mantivesse interessado na faculdade. Sem falar que eu já estava me preparando pra tentar vir pra Alemanha desde o primeiro ano de poli, fazendo curso de alemão.

Eu tive que preencher um learning agreement, indicando quais matérias eu tinha interesse em cursar aqui, porém este documento acabou não sendo muito importante quando cheguei, pude escolher livremente as matérias que eu queria fazer. Acabei mudando a maioria, mantendo as áreas de interesse, porém com matérias mais condizentes com o meu nível de conhecimento nas áreas.

Sobre o idioma, a verdade é que a TU nunca cobrou oficialmente um nível de fluência, nunca me foi pedido um certificado de proficiência (nem inglês, nem alemão). Mas pras matérias em alemão é bem difícil se virar se não tiver um nível razoável, eu diria que no mínimo B1.

A Universidade oferece curso de línguas em duas "modalidades". Logo quando fui aprovado para o intercâmbio, a TUD me enviou um e-mail convidando para um intensivo de alemão no mês de setembro (visto que as aulas da faculdade aqui só começam em outubro). Além disso, ao longo do semestre também existem aulas de línguas, que contam como matérias da faculdade (com ganho de créditos e tudo mais) e não só de alemão.

Eu fiz 4 disciplinas esse semestre (além do curso intensivo de alemão em setembro): Introduction to Cryptography, Cryptocurrencies, Visual Computing e Program Testing and Analysis e eu escolhi todas mesmo. Em termos de didática os professores são um pouco melhores que a poli, principalmente os que lecionam em inglês, pelo que pude perceber. Uma grande diferença é que quase nenhuma matéria aqui cobra presença e os professores têm consciência que parte dos alunos realmente não vai a aula ou dorme em parte dela e não se importam com isso. Aqui, a responsabilidade é delegada totalmente para o aluno, é uma filosofia do tipo "o aluno tem que saber o que é melhor pra ele". Outra grande diferença é que a maior parte das matérias só tem uma prova por semestre (que ocorre entre fevereiro e março no caso do semestre de inverno). Em alguns casos, existem trabalhos ou exercícios que ajudam a complementar a nota, mas o que mais importa mesmo costuma ser o "Klausur" no final do semestre. Isso para o caso das matérias teóricas, eu não fiz nenhum lab esse semestre então não posso dizer por experiência própria. Detalhezinho importante: se a prova final for em alemão, intercambistas podem usar dicionário! Esse semestre estou fazendo 25 créditos, todos (que eu aprovar) serão contados como crédito de optativa na poli.

Mensalmente, eu pago 345 euros de aluguel (é um dos mais baratos, a maioria fica entre 380 e 400) e 90 euros de seguro obrigatório que a TU requisita. Além disso, como majoritariamente em casa e gasto de 30 a 40 euros por semana com mercado (dá pra gastar menos se comprar tudo da marca do mercado, que é a mais barata porém de menor qualidade). O gasto com transporte é no começo do semestre, temos que pagar uma taxa de 215 euros, que nos dá direito a um "semesterticket" que garante transporte "gratuito" no estado inteiro pelo semestre. Aqui, a maioria das pessoas mora em apartamentos da "studierendenwerk darmstadt", um órgão que aluga apartamentos para estudantes e tem "instâncias" em outras cidades também. Todos os apartamentos são divididos entre 2, 3 ou 4 pessoas, mas cada um tem seu próprio quarto, apenas banheiro e cozinha são comunais. Esse órgão possui prédios em lugares diferentes pela cidade. Existem outras opções além da studierendenwerk, mas não sei dizer nada sobre elas. Tem bandeco, mas eu raramente como lá por dois motivos. O primeiro é que acho caro, fica em torno de 3 a 5 euros (dependendo do que vc escolher comer, costuma ter bastante opção) sem bebida, sendo que se eu cozinho em casa gasto no máximo uns 3.50. O segundo é que sou vegetariano e não costumo gostar das opções vegetarianas de lá. Os meios de transporte mais utilizados aqui em Darmstadt são tram (tipo um bonde) e ônibus. O sistema é excelente, com horários de passagem dos meios de transporte online e que sempre são cumpridos.

Tem festas e baladas, mas muito pouca coisa do "Erasmus" que é famoso por organizar eventos de universitários (festas, viagens, etc). A maioria das festas é das casas noturnas daqui ou de algo semelhante aos centros acadêmicos da USP. Mas eu gostaria de dizer que acho as festas daqui BEM ruins.

Eu gosto da faculdade, acho as aulas bem boas (principalmente quando são  em inglês, como falei), o único ponto que me incomoda é a questão de só ter uma prova por semestre sem chance de recuperação. Fora isso, me incomoda um pouco o tamanho da cidade, que é pequena e bastante pacata na maioria dos momentos.  Pra mim acho que foi a questão do tamanho e movimento da cidade. Vivi a minha vida inteira em São Paulo e estou acostumado com o ritmo de vida alucinado de lá. Quando cheguei aqui, uma cidade em que quase tudo fecha 20h todo dia e nem sequer abre de domingo foi um grande baque, é bem difícil se acostumar com isso. Outro problema tem sido o inverno combinado ao período de provas. O inverno (aqui o máximo que chega a fazer é uns -10, mas na maior parte do inverno as temperaturas ficam entre 0 e 5 graus, nevando alguns poucos dias espalhados pelo período) já é uma época "melancólica" por assim dizer, com dias mais curtos e tal. Quando combinado ao período de maior estresse da vida universitária aqui, fica bem ruim.

                                                                                                                                               R.B.                    

           Engenharia Mecânica. DD em TU-Munique. Média Poli: 8,5 . De atividades extracurriculares eu fazia Projeto Jupiter, IC no RCGI, Pet-mecânica, Monitoria de Mecânica II (não tudo ao mesmo tempo, mas quase! Hsuahsu). Sobre meu possível diferencial para ser aceito no intercâmbio. Fiz várias coisas, tinha uma média alta e bom conhecimento da língua, mas acho que o que realmente fez diferença foi ter ajudado a fundar o Projeto Júpiter, pelo menos foi um dos pontos que mais discutimos na fase de entrevista dentro da Poli. E a grande maioria dos que faziam parte desse grupo de fundadores conseguiram DD para onde queriam, mesmo tendo médias mais variadas etc. Motivos da minha escolha pela TUM:

  1. Faculdade hiperprestigiada principalmente em Engenharia Mecânica

  2. A faculdade de engenharia mecânica da TUM é tão grande quanto a poli inteira e termos de número de alunos, matérias etc, e é como se englobasse Mecânica, Mecatrônica, Produção e Materiais em uma coisa só (talvez outras também! Hauashau). Isso permite a você achar o que você gosta e pegar coisas bem específicas e diferentes naquela área, por exemplo, para mim: “voo espacial tripulado (com um ex-astronauta como professor)” e “Foguetes de longo alcance no terceiro mundo”, matérias que eu não imaginei que nenhuma faculdade tivesse!

  3. A faculdade te dá liberdade de escolher quais matérias você quer cursar (seguindo algumas regras), e você pode desistir das matérias até muito perto das provas... só que só tem provas no final do semestre, ou seja, você pode passar o semestre inteiro inscrito em uma matéria, chegar no final e falar: “cag***”, não entendi tão bem o conteúdo estou com preguiça de estudar tudo, não quero fazer a prova. (óbvio que você não pode fazer isso com todas! Haha)

  4. Fiquei sabendo do grupo de extensão deles de foguete e os caras mandam muito... No final nem entrei pro grupo, fui fazer outra extensão (Hyperloop), mas foi algo que me atraiu bastante no início.

  5. Munique é uma cidade fantástica, em que a parte turística é apenas uma fina camada do grande todo que ela tem a oferecer. Oktoberfest é legal? É, pacas, mas e se eu te falar que tem muitas outras grandes festas de cerveja pelo ano? E várias coisas aqui são desse jeito, várias coisas óbvias que todo mundo sabe que são incríveis e por traz dela umas 5 vezes mais coisas para serem descobertas ao longo da estadia.

A TUM exigiu apenas currículo e carta de motivação, em inglês ou alemão. Fiz em alemão para dar uma desenferrujada e ostentar! Shaushau. Para se inscrever depois de aceito acho que era só pagar a taxa, mandar o comprovante disso e um comprovante de seguro de saúde. Acho que a TUM exige B1. Cheguei com nível C1 e fiz um mês de intensivo para C2. A Universidade oferece curso de línguas normalmente durante o semestre e quando você chega você pode fazer um mês de curso, com acomodação, atividades culturais e ajudas burocráticas chamado Pré-Study Course. Corre para se inscrever que acaba rápido!

Peguei só matéria teórica nesse semestre, que aí a presença em aula não é obrigatória, mas tem as matérias “práticas” também. Praticamente não existe trabalho nas matérias teóricas (só para dar bônus na nota e o bônus só vale se sua nota já fosse acima da média) e só têm uma prova no final do semestre. Estou achando isso bem bom, mas ainda não recebi nenhuma nota! Hauhsausha

  • Teoria da camada limite (aprofundar bem o que foi visto em Mecflu 2 e Transcal ver casos mais específicos ainda como Camada limite 3D e Camada limite Compressível)

  • Introdução a energia nuclear (aspectos econômicos, fundamentos teóricos e as principais partes)

  • Tecnologia de reatores de fusão nuclear (Fundamentos teóricos, os grandes projetos existentes, tecnologias envolvidas, vide: plasma, supercondutores, materiais especiais para temperaturas absurdas etc)

  • Dinâmica de Sistemas ( Partes de Mec2 e Vibes, associando com sistemas multifísicos, por exemplo acoplamento eletromecânico ou vibroacústica)

  • Aerodinâmica de aviões

  • Voo espacial tripulado (professor astronauta contando suas histórias e trazendo convidados especialistas para falarem principalmente do funcionamento da ISS)

  • Fundamentos do voo espacial

  • Propulsão de voo (Mistura TermoFlu com MaqFlux)

  • Usos do Espaço (Afinal, para que levar coisas para o espaço? O que é economicamente viável, por quê?)

  • Mísseis no terceiro mundo (Que armas são usadas onde? A coreia do Norte tem mesmo capacidade de fazer foguetes? Qual a linha que separa ciência aeroespacial de aplicações bélicas?)

 

Sobre o custo de vida, pode contar pelo menos 1500 euros por mês. Metade disso só para moradia, seguro e outras taxas do tipo, que você não vai conseguir escapar, o resto de comida, diversão etc, se você precisar economizar é possível. Moro em uma acomodação estudantil privada. É mais cara e menos difícil de conseguir vaga do que as “públicas”, mas adoro a localização, o ap é super moderno e estou com mais 7 pessoas do DD aqui, então altos cozinhar junto, ver filme, estudar etc. Pra Alimentação tem a “Mensa” que não tem preço fixo, mas tem uma boa variedade, aí o preço muda dependendo do que vc pega. Normalmente gasto uns 5 euros lá (tipo comer no pedrão! Hsausha).

É necessário no mínimo pegar metrô, a faculdade fica no extremo norte da cidade. Onde eu moro é meio do caminho entre a facul e o centro, aí levo uma meia hora  para ir para a facul ou para ir pro centro e tem o suficiente para sobreviver nos arredores (1 mercado, padaria, uns 4 restaurantes)

Não tenho bolsa diretamente atrelada.

Nesse semestre to fazendo pacas, tipo 30 de “””obrigatórias”””, 9 de “””optativas””” e 5 de uma matéria que não conta para mim. No final do programa temos que fazer acho que 120 créditos (tese conta crédito), mas você que se maneja de como vai dividir nos semestres, (pegar um pouco mais em um para poder viajar mais no outro etc)

Estou gostando bastante, no geral melhor do que a poli. Única coisa que me agrada pouco aqui são várias provas com conteúdo decoreba, saber números, anos, pessoas etc. importantes daquela área e ser perguntado isso diretamente.

Estou fazendo parte de um grupo de extensão e vejo como meu desempenho nele está bem menor do que meu desempenho em grupos do tipo no Brasil, a filosofia de trabalho é bem diferente e discutir e defender uma ideia sem ser na sua língua materna contra alguém na língua materna é às vezes bem frustrante e desgastante.

Dica: Faça alguma atividade extra, grupo de extensão, de arte ou sei lá, nas aulas você NÃO vai interagir com pessoas e NÃO vai fazer amigos, porque cada um está fazendo matérias diferentes, não existe uma turma que você está sempre convivendo e não existem trabalhos em grupo para te forçar a interagir e conhecer as pessoas. Eventos “espontâneos” que você acaba sendo convidado normalmente são de estrangeiros, falando inglês, o que é bem legal, mas não é suficiente para treinar o alemão e de fato conhecer os alemães.

              R.N.

           

          Faço Eng. Mecânica na Poli e, atualmente, AE em RWTH Aachen . Minha média Poli quando foi aprovado para intercâmbio era 6,8. De atividade extracurricular, eu fazia Baja e Matemática em Movimento .

Bom, o meu caso foi meio atípico porque tinha muita vaga pra minha universidade hahah (nem preenchemos todas). Mas de qualquer forma acho que eu tinha o perfil de aluno com desempenho acadêmico ok e com atividades extracurriculares. Também me preparei bastante para escrever a carta do processo seletivo e ir para a entrevista sabendo o que eu queria com a universidade.

Eu queria ir para a Alemanha, e essa faculdade é uma das melhores do país na minha engenharia (as pessoas costumam dizer que se você encontra um universitário em Aachen muito provavelmente ele faz mecânica). Eu estava em dúvida entre os ramos de automotiva ou engenharia médica e achava que na RWTH teria boas opções para explorar os dois. Mas atenção! Se você tiver interessado no curso de biomedical engineering, eles não deixam a gente cursar como intercambista! Isso só descobri quando tava lá. Aí as opções são da especialização médica do Master de mecânica geral, em que a maioria é em alemão. Por fim, queria um lugar com um custo de vida não tão alto e com possibilidades legais de viagem também (rs)

Os documentos exigidos são: Comprovação de proficiência no idioma, carta de motivação, histórico escolar e o learning agreement.

O nível de exigência de fluência exigida pela universidade é B1 em inglês ou alemão (tem matérias nas duas). A instituição oferece de curso de línguas, eles têm o curso normal durante o semestre (tipo o poliglota) e ainda oferecem um intensivo em setembro (aqui o semestre começa em outubro). Eu e a maioria do pessoal da Poli chegamos antes para fazer, e eu realmente gostei bastante. Mas esse intensivo não é para todos os níveis, vai só até o B2.1 e não tem alguns intermediários. A prova de nivelamento tem que ser feita aqui, então aconteceu de algumas pessoas chegarem antes e não poderem fazer o curso.

Eu tive bastante liberdade para escolher e acredito que o maior limitante seja o seu coordenador da poli assinar. A didática e abordagem dependem muito do instituto. Aqui presença realmente não é obrigatória, tem sempre uma aula teórica e uma de exercícios, as aulas costumam ser de slide e tem um portal padronizado (amém) em que eles disponibilizam o conteúdo. Mas alguns institutos colocam tudo antes, outros não, alguns colocam prova antiga, outros não, etc.. Aqui você só está matriculado na matéria quando se inscreve pra prova, ou seja, mais de um mês depois do começo do semestre. Assim dá pra experimentar bastante antes de definir o que vai fazer. Eu mesma mudei 100% do learning agreement que tinha entregado no Brasil.

Diria que o custo de vida é por volta dos 700 euros/mês.  Nos primeiros eu gastei mais e agora gasto menos. Uma dica é fazer seguro de saúde particular ao invés de do governo (eu fiz na care concept e são 20 euros por mês, enquanto o da TK são 90). Precisei ir no médico e não tive problemas

A faculdade tem várias modalidades de alojamento que são um pouco fora do centro e mais em conta. No convênio da Poli eles te tão uma aleatória, que você pode aceitar ou não. Vai um pouco da sorte. Eu divido um apartamento por esse esquema com 3 alemães e gosto bastante.

Tem bandeco de segunda a sexta pro almoço, custando de 1,9 a 3,9 euros. Eu acho que o custo da cidade é bem ok nesse quesito, dá pra comer bem na rua com 5 euros.

A gente paga uma taxa alta por semestre (por volta de 230 euros) que dá direito a open transporte no estado, o que é muito bom pra viajar!  Aachen é uma cidade pequena, então só temos ônibus. É "necessário" pegar, fazendo trajetos em 5 minutos ao invés de 20. Dependendo da localização de algumas residências é realmente necessário haha Bicicleta também é um transporte bem popular que eu particularmente recomendo

Tem festa, mas no conceito alemão (hehe) às vezes legais, às vezes esquisitas e 3h da manhã bora pra casa. Também tem bastante festa nas repúblicas, dormitórios etc.

Não tenho bolsa, mas tem a possibilidade de conseguir um hiwi job em um instituto (estudante auxiliando nas coisas) e ganhar 10 euros por hora trabalhando 10 horas por semana

Faço 21 créditos. Eu acho que é tudo optativa, ainda não sei se conseguirei aprovar alguma como obrigatória na Poli.

Estou gostando! Como intercambista em AE a minha carga horária é bem mais reduzida que a da poli, e a carga de estresse é muito menor. Aqui só tem uma prova por matéria, todas após o semestre letivo. Elas são bem decorebas, e você não tem muito tempo pra pensar.

A infraestrutura com certeza é melhor aqui, mas em termos de matéria acho que dá mais ou menos na mesma. Tive desde mal-dada-quero-morrer até muito boa. E intercâmbio é mais que faculdade né, então a experiência é muito rica.

Acho que nada muito específico sobre dificuldades encontradas, fora aqueles clássicos de não entender a língua direito, umas diferenças culturais que vai pegando com o tempo (tipo apertar a mão quando conhece alguém) .

Dica: Cuidado com download ilegal na Alemanha e não perca as chaves! Aqui elas são todas especiais e é caro copiar

                                                                                                                                         J.H.

          Faço Civil na Poli e estou em AE na RWTH Aachen University, Alemanha. Média Poli: 7,3. De atividade extracurricular, fiz atletismo desde que entrei no 1º ano e fui DM durante um ano.

Acho que o interesse que demonstrei na faculdade e falar a língua foram meus diferenciais. Alemão é muito difícil e poucos tentam aprender na Poli. Como já tinha aprendido um pouco no colégio e fiz mais 2 anos no Poliglota, tinha um conhecimento intermediário que me possibilitou vir pra Aachen. Além disso, acho que consegui deixar bem claro na entrevista que achava Aachen o lugar ideal para mim, tanto pelo meu foco de estudos quanto para uma experiência de vida. Tinha pesquisado muito sobre as matérias e cursos na faculdade e conversado com brasileiros que já estavam na cidade. Meu ano, excepcionalmente, foi bem mais fácil de vir para Aachen, já que haviam 22 vagas. No final, apenas 11 politécnicos foram selecionados.

Como a única língua estrangeira que havia aprendido, além do inglês, era o alemão, meu foco sempre foi vir para a Alemanha. Dentre as 5 (acho) possibilidades que tinha para cá, pesquisei em rankings que Aachen era disparada a melhor colocada em Engenharia Civil. Vi então no site da universidade diversos cursos e matérias muito interessantes para mim, além de ter achado o campus animal e a cidade muito legal de se viver.

Para tirar o visto no consulado alemão precisavam de vários: histórico escolar, seguro saúde, carta de aceite, além de comprovar que consegue se manter financeiramente (através de bolsa de estudos ou dinheiro em conta bloqueada).

A universidade exige B1 de alemão ou inglês (ou equivalentes). A instituição também oferece curso de idiomas, no começo de cada semestre há um curso intensivo de 3 semanas de alemão, do qual fiz parte, ou ainda há um curso ao longo do semestre letivo.

Todas as matérias podem ser escolhidas dentro de qualquer curso na universidade. Peguei apenas matérias do Master de engenharia civil, algumas em inglês outras em alemão. No Master (últimos dois anos de cada curso) há muitas opções de matérias apenas em inglês. Como diferenças em relação à Poli o que mais me chamou a atenção positivamente é o professor ter uma didática muito melhor, sendo realmente interessado em que o aluno aprenda o tema, e a quantidade de laboratórios e departamentos. Cada disciplina que fiz pertencia a um departamento diferente, que parecia ter um quase que um edifício só para si. Além disso, não há cobrança de presença em nenhuma das aulas e todo o material é disponibilizado no moodle. O modo de avaliação é bastante diferente. As provas não são feitas para serem acabadas, pois há apenas uma prova por disciplina por semestre, que dura em torno de 1h. A menos que o aluno saiba 100% da matéria de cor, ele não vai conseguir terminar. Porém, isso não significa que seja difícil de passar, já que o sistema alemão de avaliação leva em consideração o desempenho da turma, sendo muitas vezes possível passar com menos que 50% de acertos.

O custo de vida é em torno de 700 ou 800 euros por mês (entre 250 e 350 de moradia, 300 de alimentação e despesas no geral, 90 de seguro saúde). Além disso, há uma taxa administrativa a ser paga no início de cada semestre de 250 euros. Não é necessário pagar transporte, já que cada estudante ganha um passe que o permite andar livremente de transporte público por todo o estado na Nordrhein-Westfalen. Divido um apartamento com mais dois brasileiros. Tem bandeco, mas é mais gourmet que o da USP haha. Há várias opções de pratos, cada uma com um preço diferente, entre 2 e 4 euros.

Como a cidade é pequena (250 mil habitantes), se faz tudo a pé ou de bicicleta. Eu comprei uma usada que pretendo vender no final do intercâmbio e valeu muito a pena, chego em qualquer lugar da cidade em no máximo 15min. Também há muitas linhas de ônibus que podem ser usadas gratuitamente com o passe da faculdade.

Tem festas, mas não muitas, umas 3 ou 4 na cidade. Por ser pequena a cidade, acabamos indo quase sempre nos mesmos lugares.

Consegui uma bolsa da AUCANI para apenas para o segundo semestre do intercâmbio.

Fiz 18 créditos no semestre passado, 5 matérias, todas optativas. O recomendado aqui é muito menor do que na Poli, tendo muito mais tempo livre e para estudar mais adequadamente os conteúdos.

Estou gostando muito! Vim para o intercâmbio com a ideia de ver conteúdos que não encontraria no Brasil, ao invés de cortar créditos. A universidade permite estudar conteúdos muito mais aprofundados do que a Poli. Como a escolha das disciplinas é livre, acho muito bom para especializar em áreas que gosto que jamais poderia fazer matérias relacionadas na Poli. Além disso, há todo o proveito de uma vivência no exterior: ter amigos de vários países, conhecer uma cultura diferente, fazer viagens facilmente e a baixo custo pela Europa, etc.

As maiores dificuldades: o sistema de avaliação diferente, com pouco tempo para realizar as provas, e a língua, que por mais que tenha estudado muito tempo, ainda acho muito difícil de ser fluente.

Dica: não tenha medo de vir para um país em que você não domina completamente o idioma. Dá para aprender muito no próprio local e por mais que não seja fluente, é possível lidar com todas as situações cotidianas. Falar inglês ajuda muito, quase todos aqui falam.

           G.G.

França

      Faço Civil na Poli e escolhi fazer AE para a Mines ParisTech. Minha média Poli era 7,8 e eu fui o único candidato para Aproveitamento de Estudos no meu ano para essa escola (tinha 4 vagas). Tradicionalmente, não tem muita gente da Poli aqui, mas é uma das mais respeitadas escolas de engenharia da França (junto com a Polytechnique e a Centrale Paris). De diferença, eu acho que o principal, além da nota, foi o fato de eu conhecer muito bem a escola e o fato de saber argumentar, baseado em disciplinas, plano profissional e na missão da escola em si, por que eu queria vir para a Mines.

     Como extra-curricular, eu só fiz Poli Júnior e Iniciação Científica durante a Poli. Também fiz trabalho voluntário, o que deixou os entrevistadores interessados no dia da entrevsita. As matérias, por ser AE, eu tenho liberdade total para escolher. Posso misturar matérias dos 2° e 3° anos daqui (4° e 5°, no Brasil). Em linhas gerais, estou fazendo matérias de produção, economia e administração, além de algumas mais "perdidas" (Aprendizagem Artificial, Riscos Naturais e Direito Comercial). No total, estou fazendo 15 créditos por semestre e mais 3 línguas (uma delas francês), totalizando 20 créditos, que é o mínimo que a Mines exige. Claro que existem programas bem diferentes. Os outros politécnicos que chegaram agora (um DD e outro CSF) estão fazendo coisas como Processos Estocásticos e Genética e Bioinformática. O pessoal que vem fazer DD ainda tem que escolher uma área de especialização dentre as muitas disponíveis (Gestão, Geomecânica, Materiais, Energia...), mas isso faz mais diferença apenas no 3° ano (segundo ano do DD). A ideia da escola é que todos façam Engenharia Civil de Minas e, no final, escolham uma especialização.

     Quanto às diferenças com a Poli,  as aulas aqui são divididas em amphis (aulas teóricas para turmas grandes em anfiteatros) e PCs (aulas de exercícios em turmas pequenas). Em geral, cada amphi precede uma PC e ensina a teoria que será usada no exercício. Os amphis são bem corridos (alguns), o volume de matéria é bem grande e algumas matérias tendem a ter uma conceituação matemática bem mais formal que a Poli. Os professores em geral são bons, mas eu ainda não tenho um espaço amostral muito grande. Por causa da forma como a Mines faz os horários, nesses dois primeiros meses, eu só terei 4 matérias. Depois, eu tenho algumas semanas em que cada semana tem uma matéria (com uma prova na sexta). Particularmente, acho essa partição do semestre legal porque permite que você se foque em um número menor de atividades. Claro que existem matérias que duram o semestre todo, mas eu não estou fazendo nenhuma delas. Nessas matérias, inclusive, estão os laboratórios e projetos do 2° ano (1° de DD). Eles têm: Desmontagem de Motor (autoexplicativo), Projeto de Termoflu (Termodinâmica dos Fluidos), Projeto de Mecatrônica (que dura o ano todo) e Ato de Empreender (ou seja: tenha uma ideia e faça algo. Não precisa abrir uma empresa nem nada assim – tem gente que dá aula de francês para imigrantes – é uma atividade meio livre).

     Quanto a dinheiro, eu tenho uma bolsa BRAFITEC (programa consiste em projetos conjuntos de pesquisa em parcerias universitárias em todas as especialidades de Engenharia, exclusivamente em nível de graduação, para fomentar o intercâmbio em ambos os países e estimular a aproximação das estruturas curriculares, inclusive com equivalência e o reconhecimento mútuo de créditos) de um convênio da Poli, mas não sei como vai ser esse ano com os cortes de verba. A bolsa me permite viver bem e sobra dinheiro para viajar. Os valores exatos são encontráveis na internet – é o mesmo valor da bolsa do CSF. Claro, dependendo de quão refinados forem seus hábitos, Paris pode se tornar arbitrariamente cara, mas, para uma vida normal, é bem plausível. A título de ilustração, vamos a alguns preços: bandejão: €3,25. Dependendo da sua escola, ele pode ter até salmão. Na mines é a versão standard, algo mais parecido com o do Brasil, mas um pouco melhor. Crepe ou sanduíche (vale um almoço): de €4 a €7. Refeição de 3 pratos: mínimo de €10 (sério, é difícil achar por esse preço). €15 é algo mais próximo de uma média. Uma refeição de um prato não custa muito menos que uma de três, mas é bem mais fácil encontrar um prato a €10. Metrô: €1,40.  

      Quanto à moradia, eu moro na Maison des Mines, que é uma residência de estudantes vinculada à escola. Os quartos são confortáveis, mas não tem banheiro (o meu tem chuveiro, mas é exceção - banheiro é coletivo) e são divididos entre duas pessoas. Todo quarto tem uma pequena cozinha com fogão, geladeira (tamanho de hotel) e micro-ondas, além de uma escrivaninha e uma cama para cada um. O aluguel custa €300, mas, com o auxílio moradia do governo francês, cai para algo entre €150 e €200. Esse é, sem dúvida, o aluguel mais barato dentre as moradias das escolas da região de Paris, onde os preços giram em torno de €500/mês a €600/mês (€300 a €400, com o auxílio). Mais ainda, a moradia fica muito bem localizada no centro de Paris, a três quadras da escola e do metrô e a cinco quadras do bandejão. Por morar tão perto, não uso muito metrô. Sem falar que Paris é uma cidade pequena e em geral plana, então, para grande parte dos meus deslocamentos, prefiro usar bicicleta ou ir a pé mesmo. As bicicletas funcionam no mesmo estilo das do Itaú, em São Paulo, mas você paga €30/ano para poder usar períodos de 45 minutos de forma ilimitada. Se você mora mais longe, compensa comprar um plano anual ilimitado de metrô, que custa uns €400.  

   Quanto a festas, tem bastantes. Na residência onde moro, temos um bar no subsolo e um espaço onde acontecem algumas das festas. Em geral, elas são organizadas pelo grêmio daqui (BDE), mas existem outras atividades mais lights organizadas por outras instituições e festas externas maiores. Todas as terças, tem noite da cerveja belga; uma vez por mês, tem degustação de vinho e sempre tem transmissão de algum jogo de futebol. O Escritório de Artes (BDA) organiza idas a teatros, óperas, ballets, concertos (pop e erudito) em várias salas importantes de Paris, além de notes de Jazz com os alunos tocando no porão. Isso para não falar de EJ, grupo de debate, esportes... Isso para falar só de eventos organizados por alunos. As possibilidades em Paris são infinitas. Em resumo, sim, estou gostando. As aulas são boas, a escola é fenomenal e a cidade é melhor ainda. O que mais me agrada é a possibilidade de escolher matérias e a formação mais voltada para business que uma escola generalista permite. Mais ainda, acredito que seja a escola que permita a formação mais abrangente dentre as que pesquisei quando escolhi o AE. Outra coisa que estou começando a gostar é a escala humana da escola. Como cada turma da Mines tem menos de 150 alunos (contando alunos de DD e AE), é bem comum que o professor e os funcionários saibam o seu nome e que grande parte dos alunos se conheça."

                                                                                                                                                               G.B.

       Faço Duplo Diploma com Bolsa Brafitec em Engenharia Civil. Estou fazendo meu DD na École Nationale des Ponts et Chaussées, em Paris. Minha média Poli, quando fui aprovado, era de 7,2 e eu fazia, como atividades extra-curriculares, Poli Jr., Iniciação Científica e handebol. Existem matérias obrigatórias e matérias optativas, igual à Poli. Mas há mais tempo para fazer as optativas, pois há menos matérias obrigatórias. As aulas de algumas matérias são divididas em duas partes: a primeira, no anfiteatro, e uma segunda em sala de aula normal, com grupos menores de alunos, para fazer exercícios. Sobre o custo de vida: moro na faculdade. Divido quarto com mais uma pessoa e pago
     Na faculdade. Divido quarto com +1 e pago €460/mês. A Ponts possui um bandejão muito bom, mas existem vários bandejões universitários espalhados por Paris, aos quais qualquer estudante pode ir. Eles custam de €1,5 a €5 (você paga somente pelo que escolher, dentre as opções de entrada, prato e sobremesa). Eu não necessito de transporte diariamente, mas tenho uma carta de estudante, de €333,90/ano.

Às segundas e quintas-feiras, no equivalente ao Grêmio da Ponts, duas vezes ao mês, há uma festa grande de alguma faculdade. Mas muito melhores são as saídas em Paris: várias baladas têm entrada franca até algum determinado horário.

      Possuo bolsa BRAFITEC, de €1270/mês. Faço, aqui, 26,5 créditos (ECTS (22 + 4,5)), 4 ECTS de idioma e ECTS de esporte. Os quatro créditos e meio são das semanas de aberturas, que são de matérias que só duram uma semana, no início do ano. De optativas, faço mais ou menos 5 ECTS. Dá para fazer mais optativas (note que só estou fazendo 22 ECTS no dia-a-dia, então sobra tempo), mas quero ver o ritmo, aprender mais francês antes…

     Só tive uma semana de aula até agora, então é difícil dizer se estou gostando, mas a faculdade é bem moderna e tem muitos grupos, os professores aparentemente têm prazer em dar aula. Paris é do c*ralho, Paris é do c*ralho, Paris é do c*ralho."

                                                                                                                                        P.H.T.

             Sou da Engenharia Mecânica e faço DD na Arts et Métiers Paristech. Quando aprovado, acho que minha média era 7,6 ou 7,7.

     Bom, no primeiro ano, entrei para a equipe de Fórmula, onde fiquei até sair do Brasil. Também fiz uma Iniciação Científica no começo, mas era tão nula que nem a coloquei no currículo. No segundo semestre, comecei o Francês. Ah: já tinha técnico em eletrônica.

Acredito que meus diferenciais tenham sido minha nota e minha postura na entrevista. Estava bem seguro, minhas respostas eram bem claras e parecia que eu “precisava” de um intercâmbio para me completar.

     Desse primeiro ano aqui, minhas matérias foram impostas. Do segundo ano, escolherei um módulo no primeiro semestre e depois farei estágio. Diferenças didáticas são poucas, mas aqui os professores são bem mais cuidadosos com o conteúdo. Com relação à infraestrutura daqui, os laboratórios são bem mais modernos, apesar de o prédio ter 100 anos e ser tombado. Mas as salas de aula não são muito melhores, não. Isso comparando com as (salas de aula) da Mecânica, porque as do biênio são um pouco melhores.

     Em relação à moradia, estou numa residência para jovens trabalhadores, pago €420/mês. Com relação ao transporte, uso o "bilhete único mensal" daqui; o transporte público aqui é muito bom, mesmo. Existem os restaurantes universitários de Paris, que custam €3,25, mas não são muito bons. Tenho bolsa do BRAFITEC até setembro e renovação de seis meses é uma incógnita. Nunca fui de ir a festas toda semana, mas toda quinta tem festa da Erasmus (associação estudantil com todas as principais universidades da Europa). E fui numa balada daqui uma vez também. Sei que tem festas universitárias, mas são bem carinhas, coisa €30 o open bar ou €7~€8 por meio litro de cerveja.

     Faço 30 créditos, mas os horários mudam toda a semana. Paris é sensacional e morar sozinho também é bem legal."

                                                                                                                                          r.p. 

          Faço Duplo Diploma em Engenharia de Produção com foco em Supply Chain Management na École des Ponts Paristech/École Nationale des Ponts et Chaussées (ENPC). A faculdade fica em Champs-Sur-Marne que é uma cidade dentro da região metropolitana de Paris, França. Estou tendo auxílio da bolsa Brafitec por 11 meses com uma remota possibilidade de renovação da bolsa por mais 6 meses. Os custos sem viagens ficam em torno de 800 euros por mês, contando já com uma reserva para as taxas salgadas que mesmo os alunos de DD tem que pagar para ter aula na faculdade.

      Na Poli minha média era em torno de 7 e participei de diversas atividades extracurriculares, participei da equipe de Karatê por 2 anos, fiz iniciação científica por 1 ano e além disso mais 8 meses de pesquisa no CISLOG (laboratório do departamento de Engenharia de Produção), fui um dos fundadores da Poli Social onde depois atuei como co-diretor da área de Projetos de consultoria para ONGs e associações do 3o setor. Acho que o meu diferencial foi o perfil completo, me dediquei tanto a atividades curriculares como a manter uma boa média e a estudar a língua do país (a proficiência de inglês e francês é um critério exigido pela faculdade mesmo que todas as aulas sejam em francês).

     A seleção do DD para a Ponts não tem nenhuma fase extra, após a aprovação pela Poli o processo está basicamente concluído. Pede-se o envio de alguns documentos, carta de motivação e projeto profissional e vários desses documentos são utilizados para inscrever os alunos no programa da Bolsa Eiffel. Os documentos são pedidos para a época de Dezembro se eu me recordo bem.

As aulas são bem puxadas por aqui, são 60 créditos obrigatórios por ano. Dentro dos 60 existem 7.5 créditos de línguas obrigatórios (em geral francês+inglês), 2 de esporte e 4 de humanidades. As aulas de língua são interessantes por fugirem do estereótipo que temos no Brasil, isto é, muitas das aulas saem da sala de aula para serem mais atrativas aos alunos. Como exemplos cito aula de fotografia analógica ou digital, teatro, excursões a museus, idas ao teatro, aula de debate e sobre oratória ou até mesmo fazer um mini MBA (conta como aulas de inglês e é pago).

     As matérias obrigatórias funcionam em um esquema parecido com o do Brasil. Existem créditos obrigatórios para cada formação e além disso temos um sistema de eletivas (escolher matérias de uma lista) e também créditos livres. Estou fazendo diversas matérias focadas na minha formação em supply chain mas também existem cursos focados no financeiro para quem tem interesse (a Ponts tem um departamento de engenharia, economia e finanças). As aulas são realmente teóricas em muitos casos, mas existem matérias por exemplo em que não há nenhum professor e temos que realizar um projeto para uma empresa. No geral acho que as aulas são no mesmo nível de "qualidade" que as aulas que temos na Poli em geral, com um ponto negativo que é em muitos casos não poder chegar atrasado ou mesmo sair para ir no banheiro durante a aula.

    O dia a dia é bem puxado, as aulas são obrigatórias com uma falta por semestre permitida. Terças e quintas a tarde são espaços reservados para línguas e esportes, o resto das janelas é preenchida de acordo com a sua escolha de matérias, podendo ter aulas das 8h30 às 19h30. O almoço em geral tem 2h de duração e contamos com um bandejão que oferece 6 tipo de pratos principais e uma mesa de saladas e sobremesas a parte. O prato principal custa em torno de 2 euros e saladas e sobremesas custam cerca de 1 euro cada. Durante o primeiro ano do DD ou ano de AE os estrangeiros moram do lado da faculdade, no segundo ano do DD você morará a 40 minutos de metro mas estará no centro de um dos melhores bairros para se morar em Paris, o quartier latin. Os quartos são em geral compartilhados com um colega, no 1o ano o banheiro é individual e no segundo ano é um banheiro compartilhado no andar.

    Segundas e quintas tem festas dentro da faculdade das 22h à 1h da manhã. É o chamado foyer e nele podemos comprar diversas bebidas a preço de custo. Em nenhum bar de Paris você encontra o peinte de breja por 1 euro como no foyer. A música é 99% eletrônica mas em ocasiões especiais durante o ano isso muda, por exemplo no foyer brasileiro onde a festa será organizada pelos brasileiros que aqui estudam. Festas maiores ocorrem com uma periodicidade maior, mas existem diversas festas de outras faculdades em Paris e também diversas baladas espalhadas pela cidade.

              D.O.

        Faço duplo diploma na EC de Lyon. Meu principal objetivo era estudar nos Estados Unidos, mas não consegui nenhum tipo de auxílio então vi uma outra oportunidade no intercâmbio para França. Me interessei muito pelas ECs pois queria algo mais voltado para economia e administração, matérias inclusas no curso de engenharia daqui que é generalista. Na POLI fazia engenharia química e, de todas as matérias que faço aqui, só duas são de engenharia química para efeito de comparação. A minha aprovação para a EC de Lyon, não foi por escolha. Prestei para as ECs em geral e os que possuem maior desempenho (avaliação POLI) vão para Nantes.

      Minha média POLI era de 7.6 Fazia IC e poli dance. Também fiz trabalho voluntario no exterior. Tive muito medo de não passar, quem prestou para as ECs comigo tinha media muito alta. Uma viagem que fiz para França com intuito de melhorar a fluência foi um grande diferencial pois permitiu que eu fizesse a entrevista quase inteira em francês. A entrevista pode ser realizada em inglês também. Meu nível de francês era B1.

      EC de Lyon oferece 4 horas de francês por semana no primeiro ano (obrigatório), 2 horas no segundo ano mais 2 horas de outra língua. Escolhi espanhol. Faço matérias de mecânica, elétrica-eletrônica, civil, química, economia, administração. A principal diferença é um curso mais generalista.

     Em média, gasto 340 euros com habitação, 200 euros de comida, 100 euros despesas extras mensalmente. No primeiro ano tive a oportunidade de morar na faculdade, depois mudei para o centro num apartamento dividido com outros brasileiros. Não houve alteração de gastos por causa disso. Tem um equivalente do bandeco por 3,50 euros, vem menos que na poli. É comum ter macarrão, arroz, carne, peixe, pizza, hambúrguer. Ano passado utilizava pouco pois morava na faculdade, agora meu trajeto é de 30 minutos com onibus e metrô e gasto 30 euros com o passe mensal para ambos. Tenho bolsa BRAFITEC, e só tive que fazer DELF e preencher os documentos da CAPES

     Eu criei uma banda chamada "Os Safadões" com meus colegas brasileiros pois odiamos as músicas tocadas em baladas daqui e nos esforçamos para poder subistituir pelas nossas. Tocamos Michel Teló, Wesley Safadão e Los Hermanos, além de rock brasileiro, o pessoal já recebe a gente relativamente bem. Também faço dança com alunos de outras universidades e outros cursos que são mais simpáticos que o pessoal da engenharia. Aqui a integração é difícil, como tem muito intercambista, ninguém tem muita curiosidade sobre você. É difícil começar uma conversa casual, impacto cultural imediato.

     Faço 40 horas por semana de atividades aqui na EC, 6 horas de projeto em grupo, 4 horas de língua (francês/espanhol), 2 horas de esporte, queria futebol, mas eram 6 horas e o time estava um pouco desorganizado, então optei por musculação na academia. Você pode escolher algumas matérias/atividades, mas não pode reduzir a carga horária.

    Existem pontos negativos que não podem deixar de ser expostos, o pessoal que termina o curso tem um pouco de aversão pela instituição porque tem que estudar muito mesmo, muito mais que na POLI. Além disso, a integração é difícil, ninguém quer fazer trabalho em grupo com brasileiro porque acha que somos menos capazes e isso não melhora ao longo do tempo, mesmo tirando melhores notas que eles em alguns momentos. O ritmo é muito mais acelerado, 1 semestre aqui equivale a 3 na POLI, não com tanta profundidade, mas para matérias equivalentes. Temos aula de exercício em grupos reduzidos intercalados com aulas de teoria e trabalhos de laboratório antes das provas.

     Aqui a matemática é muito pesada, tudo é demonstrado e nada fica para trás. As provas não foram feitas para serem terminadas, então sua nota também é baseada em agilidade. Porém há muitos pontos positivos, tem muita coisa que nunca teria visto na POLI, posso viajar muito nas férias pois as viagens são acessíveis pela Europa, sobra um tempo para baladas no final de semana apesar de tudo, você se acostuma com o ritmo até que não pareça tão absurdo assim, só não dá para perder tempo. Infelizmente, não consegui grandes amigos franceses, talvez por azar ou falta de tempo, mas consegui brasileiros que são quase como irmãos para mim.

                                                                                                                   H.M.

   

          Curso Civil. Faço Duplo Diploma na Ponts Et Chaussés. Minha média Poli era 7,8. Fiz dois anos de Iniciação Científica. Diferenciais para o intercâmbio: média Poli e IC. Não achei que a entrevista valeu muito, mesmo porque eu vi depois o quanto que cada coisa valia no que eles consideravam. Ah, nível da língua conta bastante também! B1 é o mínimo, acho eu tinha B2 e acho que ajudou, o nível de língua vale 15 ou 20% da nota. Documentos exigidos pela universidade de destino: humm me deixa ver: carta de recomendação, carta de motivação, passaporte, certificado de proficiência de francês e inglês (o nível de inglês exigido é B1). Ano de iniciação do intercâmbio: quarto ano da graduação. A Universidade oferece opções de cursos de idioma. É obrigatório, faz parte dos créditos do semestre mesmo. Eu estou fazendo alemão e francês, uns seis créditos somados. O pessoal geralmente faz uns quatro ou seis créditos de francês e mais uns dois ou quatro de inglês. Tem bastante [opções de idioma], me deixa ver se lembro de todas: japonês, árabe, espanhol, italiano, português, russo, chinês... acho que é isso. Isso eu achei bem legal, mas a maioria dos brasileiros acaba tendo que fazer inglês e francês mesmo. Quem faz esses outros são os franceses e o pessoal que é meio francófono tipo os marroquinos, tunisianos e libaneses.

    Eu escolhi uma boa parte [dos créditos cursados] assim, porque eu consegui dispensa de dois: mecânicas dos solos e mecânica dos fluidos (thank god). O pessoal da Poli consegue de boa essas duas dispensas, e estatística também, então sobra espaço pra escolher bastante matérias até. É que aqui, é muito tenso mecânica dos fluidos! Diferenças didáticas e estruturais entre a Poli e a Universidade conveniada: Vish, tem mais coisa pra fazer em casa, as salas são mais vazias, mas em termos de qualidade do professor, a poli não sai perdendo não. Tem mais atividade prática, assim, nas matérias mais especificas, e tem muito mais abordagem matemática das coisas! Chega a ser meio exaustivo, às vezes, até. Tem aula que eu não entendo as coisas por causa da notação matemática.

     Custo de vida: então, aluguel vai de 350 a 650. Eu pago 464, mas depende do tipo de quarto que você pega. Eu moro do lado da faculdade, tipo, na frente mesmo. Então só gasto com transporte quando vou pra Paris. Agora, estou com o bilhete transporte de estudante, então vou quando eu quiser. Gasto fixo uns 30 e poucos por mês com comida: tem um bandejão sensacional aqui, da pra comer bem por 1,50 euro/ refeição, mas só fica aberto no almoço, então eu gasto uns 20 por semana com mercado e mais uns 10/20  com passeios, jantar em Paris etc. Para lavar roupa, dá uns 15 por mês. Celular gasto 20. Fora isso, é viagem, ai depende bastante, pode chegar a uns 200, 300, dependendo.

     Tenho Bolsa do Brafitec, todo mundo da Poli que veio para a Ponts conseguiu. Aqui tem muitas festas/baladas! Toda segunda e quinta tem uma festa na escola mesmo, com cerveja barata e música, tá sempre tendo festa legal. Quinta fui numa de Halloween, foi sensacional! Então nesse quesito os franceses estão de parabéns. Eu estou curtindo MUUUUUITO! Em todos os aspectos. Uma das coisas que eu mais to gostando é fazer amizade com gente do mundo todo, é realmente sensacional isso.

           L.P.

              Fui aprovado em 2015 para duplo diploma na École des Ponts ParisTech em 2016. Na Poli eu curso engenharia civil e aqui na França meu curso se chama engenharia civil e construção GCC (Genie Civil et Construction). Na minha opinião a CRint tenta não fazer uma seleção baseada puramente sobre nossa média, diria que a média poli é 70% da aprovação, sendo o restante referente à iniciação científica (IC) e à motivação pessoal do aluno. No meu caso a média, em torno de 8.5, e motivação foram um diferencial, uma vez que enquanto na Poli não fiz IC, contudo fiz alguns projetos com a AEP e um estágio fora da nossa área. Com motivação quero dizer que conhecia bem a École e sabia exatamente o que queria com ela, é a primeira escola de engenharia civil do mundo no formato que a gente conhece hoje, formou Navier, Cauchy, e outros célebres do mundo da engenharia; tem um ensino reconhecidamente teórico, enquanto na Poli temos um ensino sobretudo prático.

            Os franceses, em geral, costumam abordar os problemas de engenharia de uma maneira muito matemática, parece num primeiro momento uma coisa muito pouco palpável, mas quando você chega aqui e percebe que eles resolvem diagrama de estrutura isostática com deslocamentos virtuais e usam integrais para tudo, você percebe que é isso mesmo. Deixo o recado para quem for tentar Ponts: os engenheiros daqui em 99% dos casos não trabalham no canteiro, mas trabalham com problemas grandes tentando usar toda a base teórica adquirida por eles, desenvolvendo coisas novas, criando rotinas para resolver problemas... é aqui que a gente usa a teoria a fundo.

O processo seletivo para Ponts é hiper simples, basicamente quem decide é a CRint e a Ponts só aceita. Houve alguns casos de stagiaires (aproveitamento de estudos) nos quais já tivemos alunos recusados pela Ponts, mas nunca para os duplo-diplomas. Soube que a procura não tem sido muito grande por parte dos alunos da produção, então queria convidar os elegíveis do próximo processo a candidatarem-se, a Ponts vale muito a pena para a área de vocês também. Quanto a fluência eu tinha B1/B2, mesmo com esse nível os primeiros momentos linguisticamente são difíceis. Mas para ser sincero a escola pede muito pouco de nível de proficiência em francês e isso não conta muito na seleção da CRint, eles pedem mínimo A2 e a brafitec passou a pedir B1 porque não dá mais o curso de verão aqui na França. No entanto pedem um bom nível de inglês para conseguir diploma tem que ser B2 no TOEIC (Test of English for International Communication).

                Sobre as matérias que estou cursando, pedi dispensa de várias que já tinha feito no Brasil para não ter que repetir tudo de novo (solos, estatística e fluidos). Isso foi uma das vantagens de ser aluno da USP porque nosso convenio é de longa data com a Ponts e por isso eles dão algumas dispensas para alunos da USP que não dão para alunos de outras universidades. Coloquei no lugar delas matérias de cálculo de estruturas, que é o que eu quero trabalhar, estou aprendendo coisas novas e adorando. Esse semestre (2º de 2016) faço uns 20 créditos (ECTS) científicos e uns 9 não científicos (línguas, esportes, humanas), mas por exemplo semana que vem a gente para as aulas para fazer um curso intensivo de 1 semana separado de tudo que a gente fez, então é apenas diferente do que estamos habituados.

                 Moro na residência estudantil aonde todos moram, a 100 metros da minha sala de aula, não é no centro de Paris, então a dinâmica é diferente, lembra a USP, mas melhor. O custo de vida é caríssimo, para mim não haveria condições de vir sem bolsa, gasta-se no mínimo 800 euros no mês, sou bolsista Eiffel, ganho 1200 por mês, sobra, mas não muito.

 Culturalmente falando, eu já conhecia um pouco os hábitos franceses já que na poli “apadrinhei” um intercambista por meio do programa USP iFriends, nos tornamos bastante amigos e quando ele voltou para a França eu fui para lá, uma coincidência bem bacana. Acredito que os franceses são mais frios e menos abertos que os brasileiros, principalmente nos quesitos amorosos e financeiros, no entanto uma vez que a amizade se concretiza, eles não te deixam na mão. São também muito francos e honestos, sendo mais diretos no dia a dia. Aqui não é comum o excesso de contato físico, curiosamente nem há um verbo para “abraçar” propriamente dito, mas realço que vocês não devem ter medo de falar e fazer amigos, mas não invadam o espaço pessoal dos outros. As festas são divertidas e eles dançam sem medo de serem felizes. As viagens valem muito a pena, já visitei Luxemburgo e a Holanda.  Com certeza vale o esforço!

          K.S.L.

       Eu faço DD em engenharia mecânica na École Nationale De Ponts Et Chassés. Média Poli: 6,9. De atividades extracurriculares, eu fiz uma Iniciação Científica. Não cheguei a participar de nenhum grupo de extensão. Como diferencial para ser aprovado no intercâmbio, eu acho que uma das coisas foi ter feito uma IC relacionada à interação fluido-estrutura, que é uma das áreas mais presentes aqui na Ponts. Isso permitiu desenvolver bastante assunto na minha carta de motivação e na entrevista. Outra coisa foi ter participado de Olimpíadas Cientificas no ensino médio, que foi algo que despertou interesse dos professores que me entrevistaram.

   Foram vários documentos exigidos pela universidade de destino: histórico escolar, carta de motivação, carta de recomendação, certificado de inglês, certificado de francês, além de identidade, passaporte e comprovante de residência. O nível de fluência de francês exigido pela universidade é o B1, mas não era necessário tirar o DELF, poderia ser o certificado do CAPES.

Sim, a instituição oferece um curso de línguas. Durante o período de aulas, nós temos que fazer duas matérias de língua. Para os estrangeiros, inglês e francês são obrigatórios.

    A maior parte das matérias é obrigatória, mas aqui nós precisamos fazer um mínimo de matérias eletivas também, então, tem algumas que fui eu que escolhi. São em torno de 28 créditos. A principal diferença entre a Poli e a Ponts é que, na França, existe uma preocupação maior com a matemática, o formalismo nas demonstrações, tendo uma abordagem totalmente teórica. Na Poli, geralmente a preocupação é em resolver exercícios, nós estamos acostumados a fazer exercícios ao invés de demonstrar as fórmulas, aqui é o contrário.

    O custo de alimentação no meu caso é de cerca de 200 euros por mês. A moradia é de 450 euros por mês e somando transporte e telefone sai 60 por mês, mas em termos de alimentação isso varia bastante de pessoa para pessoa.

Tem muitas festas e baladas! Semanalmente temos uma pequena festa na própria faculdade, além dos eventos maiores que também são organizados.

    Eu possuo bolsa do Brafitec, ela paga 1270 euros por mês mais alguns benefícios adicionais para viagens e auxílio. Estou gostando da experiência pra caralh*, desculpa pelo linguajar! Realmente é algo que, para mim, está sendo muito bom. Tem gente que acha “normal” ou, às vezes, preferiria estar no Brasil mesmo, depende muito de como você encara a experiência.

Sobre conseguir bolsas de estudo para o intercâmbio, no meu ano estava bem complicado também. Espero poder ter ajudado e estou disposto a tirar qualquer duvida que esteja ao meu alcance, antes de vir eu também tive alguns problemas e a galera que estava aqui me ajudou bastante.

        A. S. C.

                Eu faço Duplo Diploma em e engenharia química na École Centrale de Nantes . Média Poli de 8,5. Sobre atividades extracurriculares: eu comecei a fazer Matemática em Movimento no meu segundo semestre, era professora e depois virei gerente de RH. No quarto semestre, durante o processo seletivo para as Centrales, virei diretora. Tirando isso, eu também fui monitora de MAC 2166 (Introdução à Computação). No quarto semestre, comecei Iniciação Científica com bolsa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e também ajudei a organizar a SEQEP (Semana de Engenharia Química). Em janeiro de 2014, antes de começar o terceiro semestre, eu fiz um curso de ING em Oxford por um mês. Não sei se conta pra você, mas eu acho que ajudou a mostrar que eu curto experiências internacionais. Além disso, aparecia no meu CV que eu fazia ballet antes da Poli, que eu faço pintura a óleo e que participei de algumas ações de trabalho voluntário meio “perdidas”, do estilo voluntário por um dia. Essa última parte do meu CV parece enrolação, mas eles levam bem a sério. Eles curtem saber o que a gente faz no nosso tempo livre.

Diferencial para o intercâmbio: eu acho que eu falava relativamente bem francês, o que eles curtem muito e minha média era boa. É um pacote meio infalível: monitoria, IC, trabalho voluntário, francês ok e média boa. Entre os documentos exigidos pela universidade de destino, tem o histórico, atestado de matrícula, CV, Carta de Motivação, Projeto Profissional, Cartas de recomendação (até duas) e acho que também pediram passaporte.

      A universidade não cobra alguma atividade diferenciada no processo seletivo para o DD, ele é igual para todas as Centrales. A seleção é pela Poli, entrevistas com os professores da Poli e depois entrevistas com os professores da Centrale. Em relação ao nível exigido de fluência em francês, você tem que conseguir, pelo menos, se apresentar em francês. Tipo uma apresentação de dois minutos assim. O resto é “plus”, mas não é necessário. Para a universidade em si, não são necessários certificados de proficiência, mas eu fiz o DELF B1, que é importante para conseguir a bolsa de estudos. Pode fazer o exame da CAPES também. Na instituição, somos obrigados a fazer curso de francês os dois anos. Além disso, o inglês também é obrigatório.

      Ano passado as matérias que eu cursei eram quase todas obrigatórias, tinha matemática, programação, mecânica dos fluidos, mecânica dos sólidos, sistemas de informação, controle, captores, automação, línguas, educação física. Também tinham alguns cursos de humanas que tinham menos créditos, mas que também deviam ser feitos: comunicação, projeto profissional, condução de projeto, economia e finanças. No segundo ano, você pode escolher a opção que você faz, cada opção equivalendo a um bloco de cursos. Eu faço uma opção projeto que se chama Hopital Numerique, que é basicamente ajudar a implementar um sistema de informação num complexo hospitalar aqui em Nantes e tem três tipos de aula, os amphis, que são aulas magistrais (professores passando slides e 150 alunos na sala), os TD’s, que são aulas de exercícios para grupos de 30 alunos e os TP’s, que são aulas práticas do tipo laboratório. Não sei falar exatamente quantos créditos eu faço aqui, porque a contagem é diferente, mas seria algo equivalente a 24 créditos na Poli.

     Acho que a maior diferença para a Poli é que o enfoque das disciplinas é sempre bem teórico, até tem laboratórios, mas, mesmo neles, o enfoque é bem científico e pouco aplicado ao trabalho de engenheiro. No primeiro ano isso, no segundo ano, já é mais prático.

Ano passado eu morava na residência estudantil com os outros alunos do primeiro ano, esse ano, eu divido um apartamento com dois franceses no centro da cidade. Tem bandeco! Acho que é 3,50 euros e só funciona no almoço, mas dá pra ir almoçar em casa todo dia no primeiro ano, porque a residência é grudada na escola e o bandeco é perto também. Para quem mora na residência (quase todo o primeiro ano) a escola fica a uns cinco minutos à pé, mas para quem mora no centro, temos que pegar o bonde para chegar. É rapidinho também, uns 15 minutos.Aqui tem festas organizadas pelo BDE (estilo grêmio) da escola e tem um monte de bar e baladinha na cidade.

      Tenho bolsa! Eu tenho a Eiffel e pra quem não pega a Eiffel, dá pra pegar a Brafitec. Normalmente, todo mundo da poli consegue bolsa.

      A experiência de morar aqui é muito legal, ainda mais que eu morava com os meus pais em São Paulo, então além da cultura, tem a questão da independência. Entretanto, a Poli é muito melhor e mais difícil que a ECN. Eu prefiro a Poli. Além disso, o diploma da Poli no Brasil tem muito mais peso que o diploma da ECN aqui na França. O nível do pessoal também é melhor na Poli. Os franceses daqui não tem muita habilidade de resolução de problemas, acho que é culpa do modelo ultra teórico de ensino.

                                                                                                                                                  B.L.

       Elétrica, com ênfase em Energia e Automação (PEA). DD em Grenoble-INP. Média poli: 8.0. De atividades extracurriculares eu fiz IC (quase 3 semestres), Monitoria de Calculo 2 (1 semestre) e PET-Mecânica (1 semestre). Sobre meu diferencial para ser aprovado no intercâmbio, eu fui chamado na segunda chamada. Meu maior diferencial foi algum dos candidatos ter desistido da vaga. Mas acho que meu rendimento na Poli era satisfatório e eu demonstrava ter alguma capacidade de fazer coisas fora do currículo (ainda que eu deteste esse critério). Eu escolhi a Grenoble porque é a segunda melhor universidade francesa em engenharia elétrica, segundo o QS 2017. E a cidade é bem mais barata que as principais cidades europeias (Paris, Milão, Turim etc). É uma excelente opção pra quem não espera conseguir as melhores bolsas.

Os documentos padrão do DD são exigidos (Histórico Escolar, Carta de Motivação, Projeto Profissional, CV). Pra pegar o visto, eles pedem alguns comprovantes de renda dos pais (pra quem não tem bolsa): holerite, declaração do imposto de renda.  Não teve entrevista no PS, felizmente.  Só precisa caprichar na documentação e torcer pra Poli te selecionar.

Todas as minhas aulas são em francês. Precisa chegar lá com B1 em francês e B2 em inglês, mas chegar com B2 em francês é preferível. A instituição oferece curso de francês. Um intensivo logo na chegada e um extensivo ao longo dos 3 primeiros semestres. O curso é OK, eu ainda preciso estudar por conta e praticar bastante fora das aulas.

Faço algo equivalente a 24 créditos na Poli, que são 30 ECTS aqui. Não faço optativa porque estou fazendo um projeto de pesquisa (mais ou menos uma IC). As aulas aqui são divididas em CM, BE, TD e TP. CM são aulas teóricas de 2h, iguais às da Poli, porém com mais conteúdo (mais  cansativas e duras de suportar). BE e TP são labs, que aqui são muito bem feitos. TD são excelentes aulas de exercício. Geralmente, aqui as coisas seguem uma sequência bem lógica: você tem umas CM pra ver a matéria e estudar um pouco em casa (em tese), depois você tem TD pra fixar a matéria e seus conceitos mais básicos. Depois você tem um BE ou TP pra aplicar o que aprendeu. No final, os BE e TP valem cerca de 50% da nota. Então você tem que fazer os preparatórios e relatórios com certo carinho. Normalmente os projetos que você faz durante os labs também valem nota. De um modo geral, esses labs te fazem estudar ao longo do semestre, aprendendo a matéria aos poucos. As provas (que são chamadas de DS aqui) valem aproximadamente 50% da nota final. Não costumam ser difíceis, mas geralmente são longas. Ninguém tira mais que 80, 85% nelas. Aliás, as notas aqui nunca são muito baixas ou muito altas; é muito raro alguém reprovar! Esporte e curso de línguas valem nota e contam créditos na faculdade! Você tem horário reservado pra essas coisas e elas entram na grade, o que é sensacional. A partir do segundo semestre, uma eventual IC ou projeto de engenharia também entram na grade, contando créditos.

Tem um estágio obrigatório de 3 meses nas ferias e um outro de 6 meses ao longo do ultimo semestre e tem 4 ferias de 1 semana espalhadas no ano pra viajar pela Europa!

Minha vida custa algo em torno de 450-550 euros mensais, o que é bem barato. Meu aluguel é de 185 euros, com o desconto da CAF (para o qual todos os estudantes na França têm direito). Eu gasto uns 25 euros semanais no mercado e uns 20 pra comer na faculdade (bandeco é 3.25 euros por refeição e só tem de tarde; um café expresso é 80 centièmes). Moro na residência Hector Berlioz, que é um quarto de 12 m2 oferecido pelo CROUS (órgão publico que oferece residências universitárias). Tem bandeco de segunda a sexta por 3.25 euros. Tem pizza por 4 euros nos restaurantes universitários. Em geral, os alunos almoçam no bandeco de segunda a sexta e jantam em casa. A alimentação, como falei, custa uns 15-25 euros semanais de mercado. Como transporte eu pego o TRAM, que custa 15 euros mensais (ou 150 euros por ano). É rápido e prático. A cidade não tem nenhuma dificuldade de transporte. A respeito das bolsas, teve 3 vagas de Brafitec esse ano. Eu peguei a bolsa de Mérito Acadêmico da AUCANI, Edital 630/2017, de 20 mil reais. A maioria dos alunos veio sem bolsa.

A língua é difícil, os franceses têm uns hábitos estranhos e o pessoal da Poli não se ajuda em nenhum lugar do mundo. Por outro lado, os meus veteranos foram sensacionais e me ajudaram demais (coisa que espero propagar para os demais anos, caso precisem de mim hahaha) e os alunos brasileiros de outras universidades também ajudaram bastante. As matérias são mais fáceis que na Poli (NO MEU CURSO) e a língua francesa das aulas é bem mais tranquila que a língua francesa do dia-a-dia. A burocracia daqui é meio difícil de encarar.

A universidade aqui é muito melhor que a Poli e Grenoble é uma cidade boa demais pra morar, vale muito a pena! Lado negativo é voltar pra Poli e a falta de vôos baratos haha, eles geralmente saem de Milão e é caro ir pra lá  

A.S                                 .

    Eu sou aluno de Duplo Diploma na universidade École Nationale Supérieure d’Arts et Metiers ParisTech (ENSAM) em Paris. Minha média para aprovação foi de 6,4 no curso de engenharia mecânica. Realizei diversos grupos de extensão: Poli Júnior, diversos projetos no PET-Mecânica e fui um dos fundadores do Projeto Júpiter. Acredito que o diferencial para minha aprovação foi a dedicação as atividades extracurriculares.

Eu escolhi a Arts et Metiers pela sua localização, sua reputação em engenharia mecânica e sua sociedade de ex-alunos, ao qual os alunos de Duplo Diploma também possuem acesso. A Arts et Metiers exige uma certificação de francês e inglês. As etapas de seleção são todas intermediadas pela Poli, sem qualquer contato com a ENSAM. Somente quando você chega em Paris que ela pede os documentos de certificação linguística e afins.

Quanto a grade horária, o curso é dividido basicamente em quatro semestres: Os 2 primeiros são disciplinas de engenharia mecânica, todas elas correspondentes ao nível da poli, e algumas completando positivamente a sua formação. O terceiro semestre, conhecido como Master, é uma especialização a sua escolha. Existem 32 tipos de especializações, que vão desde matérias de engenharia de produção, a mecânica, química e materiais. Esse terceiro semestre pode ser realizado em qualquer sede da faculdade na França, não necessariamente em Paris. O quarto e último semestre é reservado unicamente para estágio, e pode ser realizado em qualquer lugar do mundo.

Morar em Paris não é muito barato, porém recebemos um auxílio do governo francês. Sendo econômico, estimo que os gastos mensais girem em torno de 700 a 1000 euros, isso incluindo a ajuda do governo. Os transportes em Paris são muito bons, e seu custo é baixo para estudantes (cerca de 30 euros/mês). A faculdade dispõe de uma residência na cidade universitária e foi completamente reformada em 2017/2018. Na cidade universitária existem bandejões, assim como próximo a faculdade. Ambos custam 3,25 euros. Outra possibilidade são os Foyers estudantis espalhados por Paris.

Festas não são o forte da faculdade, mas você pode encontra-las em Paris. A vida em Paris é muito interessante pela facilidade de poder viajar rapidamente e mais economicamente para qualquer lugar da Europa, além de que a cidade conta com infinitas opções de lazer: esportes, museus, etc.

As maiores dificuldades que tive foram quando cheguei. Apesar de estar com o diploma de B1 de francês, a realidade é mais dura do que a prova. Na faculdade tudo é em francês. Os problemas do dia a dia, que são muitos quando você está se mudando, são todos em francês. Para mim, a dica de ouro, tanto pra Paris como para qualquer outra cidade é: procure um veterano que já tenha passado por isso, que esteja no segundo ano do duplo diploma. Tenho certeza que ele irá te ajudar e isso vai te salvar inúmeras vezes

R.G.                    

Itália

      Curso Engenharia Mecânica e fiz CSF na Politecnico di Milano. Minha média Poli era 6,4 e eu não fazia nenhuma atividade extra-curricular. Ser aprovado pelo CSF não é difícil sendo da USP; acho que o grande mérito foi cumprir os próprios requisitos da Poli para poder participar do Ciência Sem Fronteiras (número de reprovações máximo era o principal). Estar no quarto ano também deve contar bastante porque você pode não ter outra chance, então você acaba tendo prioridade quando se existe um número máximo de alunos de cada curso que podem sair para intercâmbio.

     Pude escolher minhas matérias, mas com algumas restrições, impostas pelo Politecnico di Milano (havia um número limite de créditos que poderiam ser escolhidos caso não fossem pertinentes ao meu curso - no caso, Engenharia Mecânica também). Eles não impunham numero máximo de créditos, mas recomendavam 30/semestre no sistema de contagem deles. Número mínimo de créditos tampouco. Há quem goste da didática e há quem ache a aula inútil. Eu, particularmente, gostava bastante da universidade. Eles são bastante teóricos também, mas cobram a matéria de uma maneira que obriga os alunos a saberem do que estão falando. Explico: na Poli, por exemplo, também quase não botamos nada em prática, mas as provas são quase todas de exercícios numéricos; aprendemos a fazer contas e só! Lá é diferente, eles cobram questões dissertativas também. Vou usar o curso de Motores como exemplo para você entender melhor a comparação.  Aqui, a prova é da forma: calcule o trabalho, o calor da combustão, os rendimentos do motor, a pressão dentro do cilindro, o torque, a potência etc. Lá, também aprendemos esses cálculos, mas eles cobravam que soubéssemos explicar todas as curvas de funcionamento de um motor, que soubéssemos qual a influência de detalhes geométricos na sua potência, que soubéssemos tudo sobre como é a injeção de combustível e como isso pode influenciar dependendo de como ela for. Cobravam que soubéssemos sobre os sistemas de pós-tratamento dos gases de combustão, falavam sobre a emissão desses gases e sua geração etc. Então, um aluno de lá tem uma visão muito ampla do que é um motor! Na Poli, infelizmente, é sempre mais do mesmo.      Um curso de Motores é cobrado como se fosse Termodinâmica de novo, só que mais fácil, então o povo estuda nas coxas e nem nunca vai passar perto de estudar sobre geometria, funcionamento etc.

Claro que lá também tinha muito mais tempo de aula e menos matérias no semestre, então, a dedicação para uma coisa só é possível! Essa é uma diferença importante e considero lá melhor. Eles fazem uma coisa menos vezes que a gente, mas fazem bem feito. Eu aprendi muito sobre tudo que estudei, aqui na Poli. Por exemplo, tive uns cinco cursos ligados a Elementos de Máquinas e não domino nada e não sei coisas absurdas. Claro que tenho minha parcela de culpa, mas é muito evidente para nós que uma matéria compete com a outra por tempo e no fim estudamos o suficiente pra poder passar em todas. Acho que aqui a gente fixa os conteúdos com muito mais dificuldade por isso!

     Acho importante compartilhar essa experiência. Hoje mesmo estive pensando que o Brasil comete o mesmo erro que Portugal cometeu no começo do século XVIII, comprando tudo dos outros e não desenvolvendo a própria tecnologia. Os outros foram pra frente e Portugal, embora seja um país muito bom, não é protagonista em quase nada. É bom ser um país forte pela própria independência, eu acredito. Por isso, acho que a gente tem que se espelhar nos bons exemplos e tentar melhorar. A gente faz tantas criticas à Poli, vislumbrar um novo modelo pode ajudar na melhoria!

Eu morava em Milão! Que cidade apaixonante! O custo de vida lá é considerado elevado, mas a bolsa do CSF é mais que suficiente. Eu morava num apartamento alugado, com mais três pessoas, mas tinha meu quarto individual, e pagava €500, para você ter uma boa noção do quanto estamos falando. As residências do Politecnico di Milano não custam muito menos do que isso.

     Ah, a comida! A Itália manda muito bem na comida! Eu comia macarrão quase todo dia, mas nunca enjoei. Massa para eles é coisa séria! Não é uma comida rebuscada e inventiva que faz a diferença para eles. É a qualidade daquilo que é feito de maneira simples. Tínhamos os refeitórios da universidade para almoçar.       Dava para comer bem por €5. Não é como o nosso bandejão, mas em relação aos restaurantes da cidade, representam uma economia. Mas para cozinhar lá fica barato, pois uma caixa de macarrão custa €0,79 e dá quatro pratos ou mais. Depois que comecei a cozinhar, economizei uma nota! Por lá também tem comida congelada boa. Uma loja que se chama Picard: você acha uma refeição por €2, são alternativas! Tem o kebab também, que é um lanche (comida tradicional de vários países da Europa e da Ásia, que pode vir, entre outras, na forma de um espeto de carnes ou mesmo na de uma espécie de sanduíche de carnes e vegetais). Na Itália tá lotado disso! Os árabes dominam. É a comida de Allah! E, claro, temos a pizza, que eu comida pelo menos duas vezes por semana. Lá se come uma pizza inteira sozinho por €4,5! Água lá também é bem barata. Carne custa mais.

     Transporte, os milaneses reclamam que não funciona! Claro, o parâmetro deles é a Alemanha. O transporte lá é ótimo, eu viveria minha vida toda lá sem ter carro. E custa pouco em Milão. Você pode fazer sua carteirinha com validade anual por €200, com direito a trem, bonde, ônibus e metrô quantas vezes quiser por dia, a qualquer hora. Você paga uma vez e nunca mais tem dor de cabeça com isso. Vale absurdamente a pena se você comparar com o preço dos bilhetes simples! E você espera pouco por qualquer um desses transportes. Tem painéis avisando o tempo que falta pra passar o transporte na maioria dos pontos.

Festas e baladas, na Europa existe um grupo chamado Erasmus, que seria um iPoli gigante. Cada universidade tem seu escritório Erasmus. Eles organizam festas e viagens, todas para lugares legais e custam muito pouco. Eu fui pra Oktoberfest por €50.

A bolsa era de  €1270 para Milão. Como já disse, pagava €500 de aluguel, mas conheci 18 cidades na Itália e 11 países além dela na Europa. A viagem era em companhias Low Cost, mas, sendo viagens curtas, a aeronave não chega a ser desconfortável. Vale super a pena. Eu ficava em hotel também, mas a experiência é incrível, você conhece gente nova com histórias de vida diferentes e interessantes. A sensação de ser viajante, homem livre pelo mundo, é muito prazerosa também.

     Créditos eu fazia poucos, fiz quatro matérias em um ano lá. É verdade que teria feito pelo menos mais uma se não tivesse tido problema por conflito de horários. Mas o CSF é bem frouxo em cobrar resultados dos alunos. Isso é um defeito, mas, como disse, aproveitei demais o que fiz; além do mais, eu fui para lá com a mentalidade de aprender a viver. Não teria valido a pena ir só pela experiência acadêmica!

Eu gostei mais de lá. A mecânica judia muito dos alunos. É difícil criar um laço de amor. Lá eu tinha todas as condições favoráveis também, infraestrutura bem melhor, por exemplo."

                                                                                                                                                                   g.b.

         Faço Engenharia Mecânica e estou, no momento, fazendo Duplo Diploma, com bolsa do CSF. Eu tentei a Politecnica di Torino como primeira opção, mas passei na segunda chamada da minha segunda opção, que foi o Politecnico di Milano. Minha média Poli, quando da aprovação, era 6,0.

        De atividades extra-curriculares, fui membro da Equipe Poli Racing (Fórmula SAE (Society of Automotive Engineers)). Meu diferencial, com certeza, foi o currículo, e talvez o idioma também, porque eu sabia um pouco de italiano. Mas o fato de eu ter me dedicado a uma equipe de extensão e também ter feito outros trabalhos e cursos na área de Engenharia Automobilística ajudaram-me, com certeza. Além disso, acho que, na entrevista, é importante estarem bem claros os seus planos profissionais e a relação deles com a faculdade desejada, e, para mim, já estava bem claro que era a Engenharia Automobilística.

        Como na Poli, a maioria das matérias é imposta, mas tem créditos livres. No meu caso, acho que são duas matérias livres no total dos dois anos. A infraestrutura é uma grande diferença. As salas são muito modernas, apesar de os prédios serem antigos. Tem Wi-Fi bom e o transporte público da cidade é ótimo. Quanto à didática, não posso falar porque as aulas ainda não começaram efetivamente.

        Aqui não tem bandejão. A gente recebe a bolsa do CSF e tem que se virar com isso. São €1270/mês de bolsa. Com relação a transporte, cada um tem seu cartão, que é pago mensalmente, custando €22/mês. Para comer, tem que se virar comprando no supermercado e comendo em casa.

       Bem, tem festa todo dia e, no geral, é barato. Basta filiar-se a Erasmus, que é uma associação estudantil com todas as principais universidades da Europa. Também há passeios e viagens mais baratos.

       Faço, aqui, 30 créditos/semestre. E, bem, é só o começo ainda. Estou aqui há somente um mês. Mas está muito legal, sim, a universidade é melhor que a Poli, na minha opinião, e a cidade de Milão é melhor que São Paulo em todos os aspectos."

                                                                                                                                                                                                                                                                                                    m.m.

       Eu faço engenharia mecatrônica e estou fazendo duplo diploma em Mecatrônica na Politecnico di Torino. Média Poli 8,0. Atividades extracurriculares: monitor de Cálculos 2 e 3. Diferencial para o intercâmbio: Média Poli. Eu sempre tentei ter um histórico escolar bem limpo, então eu acho que a ausência de recuperações e, consequentemente, dependências durante os 7 semestres, ajudou a ter um destaque na entrevista. A monitoria foi de grande auxílio também, ainda mais em cálculo 3. Mas, em suma, a média Poli falou mais alto. Documentos exigidos pela Politecnico di Torino: Bom, tiveram muitas etapas que incluíam coisas como (Cerificado de Seguro Saúde ou Cópia do Passaporte) que aí eu posso esquecer, mas de natureza acadêmica foram: Histórico escolar da Poli (em inglês), Certificado de Proficiência em Língua Italiana, Certificado de Proficiência em Língua Inglesa (TOEFL ou IELTS), Carta de Motivação (explicando qual é o seu plano acadêmico e o porquê do desejo pelo programa de intercâmbio), Visto de Estudante no passaporte, Plano Acadêmico (lista de matérias que a pessoa deseja fazer no Duplo Diploma assinado pelo coordenador do curso da pessoa na Poli e pelo coordenador de alunos em trânsito [CRInt]).

       Nível de Fluência exigido pela Universidade: em inglês, ter TOEFL acima de 70 (ou 75) e ter nível italiano ao menos B1. A universidade oferece curso de italiano para as pessoas com nível B1 ou B2. Sobre as matérias cursadas na Universidade: existe uma lista pré-definida de matérias e eu escolho a partir dessa lista e toda escolha passa pela aprovação do meu coordenador aqui na Itália. Maiores diferenças entre a Poli e a Torino: Dá uma tese essa pergunta tranquilamente, mas vou dar uma pincelada pela imagem maior. Didática: Bem diferente. Muito mais assistencialista. Os materiais são muito bem distribuídos e, em muitas matérias, sendo gravadas e disponibilizadas no próprio portal da faculdade. O que é bom e ruim. Para um politécnico que está acostumado com o ritmo dos professores daí acaba achando as aulas lentas e enfadonhas, essa é uma crítica bem constante de quem faz DD.

      É valido apontar que o inglês dos professores é bem fraco, o que ajuda mais a aula a ser devagar. Estrutura: Incrível. Salas de aula e estudo top de linha, muito espaço e conforto. Internet na faculdade inteira. O Bandeco é sensacional com refeições completas a partir de 1,8 euros. Professores: mais fracos que os da Poli, mas mais preocupados com a didática. Em geral, é um universo diferente, eu diria, da Poli, o que com certeza agrega muito para quem quer ter essa experiência. As oportunidades de tese e estágio são grandes para quem mantém uma média boa, podendo até sair de Turim e fazer tese em outros países. Com relação a custo de vida: depende muito da pessoa, mas a média sai mais ou menos: Casa (300 euros/mês em quarto compartilhado e 400 euros/mês em um quarto individual. Transporte: cada ticket é 1,5 e vale por 90 min ou faz um bilhete anual de 170 euros. Alimentação: a média é 200 euros de comida. Tem gente que faz por bem menos. Vida na cidade incluindo bares e balada aumenta em 40 euros/mês. No total, 600 euros/mês numa estimativa rápida.

      Qualidade de transporte de comida: a qualidade do bandeco é muito boa, eu uso bastante. O transporte público é ok. Como Turim não é tão grande, a rede de ônibus e metrô é bem menor que a de São Paulo e com horários ruins. Por exemplo, depois da meia noite os ônibus passam a cada hora só. O que eu uso de transporte da cidade que para mim é incrível é o serviço de aluguel de bicicletas as chamadas TOBike. Você faz um plano de 25 euros por ano e pode pegar bicicletas pelas estações da cidade e deixar em outras. Tem mais de 90 estações pela cidade toda com uma média de 15 bicicletas. Vale a pena para mim. Contanto, no inverno, levanta sérios desafios térmicos.

      Baladas/festas: Tem. Todo dia exceto segunda tem uma balada para aluno internacional e de sábado todas abrem. Assim, quanto ao estilo da balada me falaram que é bem diferente da do Brasil, eu nunca fui em festa no Brasil, então, para mim, a diferença é só na música. Mas sim, Turim é um lugar que, do ponto de vista de vida noturna, dá para se divertir.

Bolsa de estudos: Tive no primeiro ano, do Ciências Sem Fronteira.

      Se for para avaliar o DD como um tudo, estou curtindo absurdamente. Claro que tem momentos ruins e a saudade bate diferente em cada um, mas as experiências e pessoas que você entra em contato é algo que jamais vai achar só na Poli. Por exemplo, falando com você, eu estou fazendo a minha mala para o meu mochilão de fim de ano na Inglaterra/Escócia. Poder pegar um avião por 10 euros (35 reais) ir para outra cidade e conhecer uma pessoa da Mongólia e discutir sobre a forma como MATLAB é usado hoje em dia nas faculdades é uma das coisas que me fazem pensar no DD como a melhor oportunidade que a Poli me deu.

Melhor ou pior que Poli:

       Sobre a construção de engenheiros: pior. Sobre a construção de pessoas: melhor. Parece resposta polêmica, mas acho que resume melhor. É indiscutível comparar o quão mais preparado é um politécnico que um aluno daqui, mas também acho que a minha qualidade de vida estudando aqui é bem melhor, dificilmente você vai achar alguém aqui com o mesmo nível de estresse e ansiedade que um Politécnico em semana de P2.

                                                                                                                                              T.V.

      Faço Engenharia Mecânica na Poli-USP e DD em Space Engineering no Politecnico di Milano. Minha média Poli era 8.1 como média ponderada, 8.0 como média ponderada contando reprovações.

Eu fui bolsista do PET-Mecânica por 1 ano (2º-3º semestre). Nesse período, participei da construção do foguete Jupiter I como Gerente da Recuperação.

No 4º semestre, virei monitor da Mecânica I e II com bolsa da Poli. Tive que largar a bolsa do PET, mas continuei participando como “ex-membro colaborador”.

Enquanto isso, também ajudei a fundação do Projeto Jupiter (agora independente do PET) e virei Gerente de Sistemas Eletrônicos na construção do foguete Nabo I. Em junho de 2016, fui um dos 7 membros que viajaram para os EUA para participar da IREC (Intercollegiate Rocket Engineering Competition). Nesse período, também representei a equipe nas reuniões do GEARPoli.

Após o Nabo I, decidi sair da parte técnica e fui Gerente de Marketing por 6 meses, até sair definitivamente da equipe no começo de 2017.

Após a monitoria de Mecânica II, fui convidado a fazer uma IC com o mesmo professor. A bolsa era da FDTE e o projeto durou do 6º semestre até o começo do 7º.

Na parte de representação acadêmica, virei o RC da minha turma (Eng. Mecânica, ingresso de 2014) no 3º semestre. No 3º ano fui suplente de RD da Eng. Mecânica e no 7º semestre fui RD (larguei o cargo no meio do ano por conta do intercâmbio). Também no 7º semestre representei as equipes de engenharia (GEARPoli) na CAEMMEN (Comissão Administrativa do prédio de Eng. Mecânica, Mecatrônica e Naval).

Fora isso, também participei ocasionalmente do Jornal O Politécnico, escrevendo alguns textos e ajudando na revisão.

Minhas notas eram boas (3ª colocação na Eng. Mecânica), mas creio que o mais relevante tenha sido a participação em atividades extracurriculares, especialmente no Projeto Jupiter.

Participando da construção dos foguetes, eu percebi que queria seguir a área Aeroespacial e isso foi um dos critérios que me fez escolher as faculdades para DD Durante a entrevista na CRInt, os professores gostaram de ouvir que eu tinha feito essa opção por causa das minhas experiências no Jupiter e até contaram sobre projetos antigos que a Poli contribuiu para o programa espacial brasileiro.

Minha escolha no processo de DD foi: Politecnico di Milano, Instituto Superior Técnico (Lisboa), Politecnico di Torino.

As 3 universidades foram escolhidas por terem cursos de Eng. Aeroespacial. O Polito foi a última opção porque esse curso era oferecido em italiano (língua que eu não dominava e ainda não domino a ponto de assistir aulas de engenharia) e também por causa da cobrança dos certificados de línguas.

Entre IST e Polimi, escolhi o Polimi por alguns motivos:

  • O curso no Polimi era de Eng. Espacial (minha parte de maior interesse), enquanto no IST era de Eng. Aeroespacial com uma especialização em Espaço;

  • O Polimi é uma das melhores universidades de engenharia da Europa (na época, era a 24ª em Eng. e Tecnologia e 18ª em Eng. Mecânica no QS; o Polito era 66ª e top-100 nessas categorias; o IST não era listado).

Para enviar os documentos para o Polimi, foi necessário criar um usuário no sistema deles. Uma vez no sistema, os documentos eram os mesmos exigidos pela Poli durante o processo seletivo para o DD: curriculum, carta de motivação (em inglês), histórico escolar. Caso o aluno já tivesse algum exame de proficiência em alguma língua, era possível enviá-los também (apesar de não ser obrigatório).

Mais informações (inglês): http://www.polinternational.polimi.it/exchange/double-degrees/how-to-apply/

Exame de fluência não era obrigatório na etapa de seleção, mas é obrigatório para poder se formar. Não tenho muitos detalhes ainda de como essa cobrança é feita, mas daqui a cerca de 1½ ano posso dar mais detalhes. Até lá, tenho só o link de quais exames são aceitos:

https://www.polimi.it/fileadmin/_migrated/content_uploads/English_Language_Guide_2016-2017_01.pdf

Existem cursos de línguas pagos no PoliMi. Você podia se inscrever para fazer uma prova de proficiência na semana de recepção. Não fiz a prova nem o curso, mas dois amigos portugueses fizeram o curso de italiano e não gostaram.

 

Estou seguindo as matérias do programa de Laurea Magistrale (Master of Science) de Space Engineering. Não é difícil fazer o antigo “duplo diploma cruzado” (escolher um curso aqui diferente do curso no Brasil). Mais detalhes sobre as matérias numa pergunta abaixo.

As diferenças são gigantes. As aulas não têm presença obrigatória, mesmo assim 99.9% dos alunos frequentam. Normalmente, você precisa chegar cedo na sala para garantir um lugar não muito ao fundo (dependendo da sala e do professor, fica impossível de ouvir) ou um lugar de fato (dependendo da sala, o número de alunos é maior que o número de cadeiras e os atrasados precisam pegar outras cadeiras ou assistir a aula em pé).

Todas as salas têm o esquema de carteiras do Cirquinho ou dos anfiteatros do biênio: uma fileira de mesas conectadas onde só é possível chegar no meio se todas as outras pessoas saírem do caminho. Porém, normalmente as fileiras não são escalonadas, todas estão no mesmo nível horizontal. Isso é um dos poucos pontos negativos da infraestrutura daqui.

O wifi funciona em todos os prédios (que frequentei até agora) e é bom. Também existe a rede Eduroam por aqui.

Ainda não tive aulas em laboratórios práticos, mas os laboratórios computacionais não são muito espaçosos nem confortáveis. Felizmente, os professores costumam dar aulas computacionais nas próprias salas de aula normais e cada aluno traz seu laptop.

Sobre os exames, eles são concentrados no final do semestre (existe 1 sessão em janeiro-fevereiro, 1 sessão em junho-julho e 1 sessão em setembro) e cobram a matéria inteira. Muitas matérias têm um teste escrito (questões abertas, 3-4 h de duração, o número de questões varia bastante) e depois um exame oral, onde o professor te faz algumas perguntas (geralmente sobre a parte teórica do curso) e você cospe tudo que você sabe. Algumas vezes, essa parte acontece com vocês 2 sozinhos no escritório dele; outras vezes, com vocês 2 sentados na mesa do palco de uma sala de aula, com os próximos alunos assistindo.

Sobre as notas, cada matéria tem uma média final entre 0 e 30. 18 é o mínimo para ser aprovado e na prática notas menores que 18 não existem (se você reprovou, não recebe nota final). Números de 15 a 17 em geral só aparecem em exames escritos antes da parte oral, que pode aumentar sua nota para te aprovar.

Ao final do curso, a média ponderada (o número de créditos é o peso) na escala até 30 é convertida para a escala até 110. Sua tese recebe um valor entre -1 e +4 ou -1 e +7 (ainda não sei qual a diferença entre os dois modelos disponíveis para a tese, mas são duas faixas diferentes) que é somado à sua média para produzir a nota final do curso. Em cada matéria que você terminou com 30, você pode receber um L de “lode”. Ao final do curso, se você tem a combinação certa de média e L’s, você pode transformar o 110 em 110 cum lode:

  • 110 + 4 L’s;

  • 110.5 + 3 L’s;

  • 111 + 2 L’s;

  • 111.5 + 1 L’s;

  • 112 ou maior, independentemente do número de L’s;

Os italianos se preocupam muito com a nota final, e por isso é possível refazer o exame para fechar a matéria com uma média maior. Detalhe 1: se o exame é composto por escrito+oral, você não pode reaproveitar a nota de nenhuma das duas partes, é necessário refazer ambas. Detalhe 2: se você diminui a nota na segunda tentativa, não pode voltar e escolher a nota anterior. Detalhe 3: boa parte dos intercambistas não liga para as notas e aceita o primeiro valor, especialmente aqueles que não têm intenção de continuar por aqui após a formatura. As empresas europeias gostam de alunos 110 ou 110 cum lode, por isso os alunos daqui se preocupam com isso. Pare eles, 18 bola não é 30 ☹

  • Moradia: o preço vai variar entre 300-450 euros/mês para dividir o quarto com mais uma pessoa ou entre 500-750 euros/mês para ter um quarto sozinho. Boa parte das vezes, as contas de água, luz, gás e internet já estão incluídas no preço do aluguel ou no preço do condomínio.

  • Alimentação: o custo mensal vai ficar em torno de 325-400 comendo em aperitivos com frequência; caso você prefira economizar, cozinhar em casa e levar seu almoço para a universidade vai deixar esse valor entre 200-275.

  • Celular: 10-20 euros por mês, dependendo do total de internet que você quer.

  • Transporte: valores dados numa questão abaixo.

  • Viagens: Milão é uma cidade ótima para viajar pela Europa. É possível achar várias promoções de viagens de ônibus (FlixBus), trens (Trenitalia) e avião (Ryanair). Organizando as contas e o calendário, dá para viajar bastante.

No primeiro semestre, dividi um apartamento com meu amigo e a dona. Nós encontramos o lugar pelo site Uniplaces, que é muito útil para quem estiver vindo. Eu dividia quarto com esse amigo.

Atualmente, fechamos um contrato com uma imobiliária para alugarmos um apartamento de 2 quartos mais perto da universidade. Somos atualmente 4 brasileiros aqui e continuo dividindo quarto com o mesmo amigo.

Não tem nenhum restaurante universitário ou desconto para estudantes. A faculdade tem algumas cantinas no campus que oferecem algo similar a um prato feito.

O almoço é dividido em “primo piatto” (primeiro prato, uma massa ou um risoto), “secondo piatto” (segundo prato, alguma carne ou algo do tipo) e “contorno” (acompanhamento, que varia bastante (salada, batata, batata frita, etc)). Em geral, vem um pão para acompanhar. Você pode pedir só 1 ou 2 dessas opções ou pedir as 3 (chamado “piatto unico”). Na maior parte dos restaurantes do campus, você vai gastar 4-5 euros pelo primo, 5-7 pelo secondo ou secondo+contorno e 6-8 pelo piatto unico. Existe um restaurante mais barato que oferece o piatto unico por 5,45.

Caso prefira levar seu almoço, quase todos os prédios da universidade possuem alguns micro-ondas nas áreas comuns. Boa parte dos alunos faz isso e almoça na classe.

Dependendo de onde você mora, é preciso pegar transporte público para a faculdade. O campus Leonardo fica do lado da estação Piola (linha verde do metrô) e o campus Bovisa fica do lado das estações Bovisa Politecnico e Vilapizzone (ambas de trem).

Mesmo que você não pegue o transporte público para ir para a faculdade, vale a pena ter a carteirinha para se locomover pela cidade. A responsável por isso é a ATM (responsável pelo metrô, trem, ônibus e bondes) e existe um desconto para estudantes e menores de 26 anos. Você paga 22 euros/mês ou 200 euros/ano e viaja quantas vezes quiser dentro dos limites urbanos. Existem preços maiores caso você queira viajar ilimitadamente pela região de Milão (inclui estações fora do limite urbano), mas se você estuda nos campi de Leonardo ou Bovisa, a opção anterior basta.

Obs: o pagamento mensal é pelo período entre o dia 1º e o último dia do mês, não são 30 dias corridos. O pagamento anual pode ser feito em qualquer mês e vale por 12 meses.

Mais informações (italiano): https://www.atm.it/it/ViaggiaConNoi/Abbonamenti/Pagine/Tipologie.aspx

Na Itália (e especialmente em Milão) existe o conceito de aperitivo: você paga um preço fixo (em torno de 7 a 10 euros, variando com o bar), escolhe uma bebida alcoólica e pode comer à vontade no buffet.

Em compensação, não existem festas open bar. Normalmente, você paga um valor para entrar na festa e ganha 1 ou 2 bebidas.

Quase todo dia o ESN (grupo de estudantes responsável pelos intercâmbios Erasmus) organiza descontos para entrar nessas festas, para aperitivos ou para pizzarias/sorveterias.

Existe também um grupo de whatsapp com todos os brasileiros estudando em Milão, de vez em quando algum deles marca um churrasco brazuca.

Consegui uma bolsa da Aucani para o 1º semestre de 2018. Quanto a bolsas oferecidas pelo Polimi, não encontrei nenhuma opção em que eu pudesse me inscrever.

O programa de Laurea Magistrale (Master of Sciences) conta com 120 ECTS divididos em 4 semestres. Tenho um semestre com 28 créditos e outro com 32, mas em geral nenhum curso foge muito de 30 ECTS/semestre. No 2º ano, cerca de 36 créditos são de matérias optativas eletivas, escolhidas dentro de Space Engineering. É possível se matricular em matérias extras, mas não existem créditos previstos para optativas livres (e não recomendo fazer muito mais que os 30 ECTS por semestre).

A Poli recentemente adotou a conversão oficial de 5 ECTS = 4 créditos USP, então isso seriam 24 créditos na Poli.

Para ter acesso aos Masters disponíveis (inglês): http://www.polinternational.polimi.it/educational-offer/laurea-magistrale-equivalent-to-master-of-science-programmes/

Estou gostando porque estou estudando matérias que eu não teria no Brasil e que me interessavam bastante (Orbital Mechanics, Space Propulsion, etc). Eu me importo com as notas, então os meses de exames são bem cansativos; em compensação, o período de aulas é mais tranquilo do que na Poli, onde eu tinha basicamente 1 prova e 2 trabalhos por semana.

O período de exames é bem cansativo, especialmente se você se preocupa com a nota final das matérias. Eu passei algumas semanas nas quais eu só estudava, fazendo pausas só para as refeições. Das 4 matérias que eu cursei, refiz a prova de 3. Mas essa dificuldade fica menor, pois você aprende a organizar melhor seus estudos durante as aulas e a organizar melhor seu período de provas.

                                                                                                                                                               L.G.         

         Mecânica. Duplo diploma no Politecnico di Torino, Itália. Minha média Poli era em torno de 7. Não me lembro ao certo.

Fiz muita coisa de atividade extracurricular durante a graduação. Participei do PET e com ele tive a liberdade e oportunidade de trabalhar com muita coisa. Dentro do grupo fui cofundador de dois grupos de extensão. Um de engenharia: o Projeto Júpiter; e outro social: o Projeto Fala Sério. Com o projeto Júpiter participei no SIICUSP, junto com um amigo que hoje esta no Politecnico di Milano, fomos para a segunda fase, ganhamos menção honrosa e com isso tive a oportunidade de participar de um congresso nacional em Porto Seguro que reunia trabalhos de IC premiados em todo o país. Com o Fala Sério pude realizar visitas em escolas públicas na periferia da cidade, em regiões como o Grajaú (onde eu nasci) e o Capão Redondo, por exemplo. Acredito que o grande diferencial foi ter trago algo para a universidade. Como dito acima, ajudei a criar dois grupos de extensão, além de ter participado e ter sido premiado em congressos por todo o país.

Alguns motivos me levaram a escolher a PoliTo. O primeiro deles se deve aos rankings, a PoliTo esta entre as 50 melhores faculdades de engenharia do mundo e além disso é estrategicamente posicionado em uma região com muita indústria, a maioria delas servindo o ramo automotivo. O segundo motivo se deve a cultura e o idioma. Apesar do norte da Itália as coisas serem um pouco diferentes, os italianos são pessoas bem “quentes” e abertos a conversa e o fato do país possuir uma língua latina facilita muita as coisas. Ao contrário do que as pessoas pensam, o italiano não é um idioma fácil, mas o fato de ter uma origem latina facilita muito o trabalho de aprendizado para nós lusófonos. O último motivo, é o fato do custo de vida aqui em Torino ser relativamente mais baixo se comparado a outros países do norte da Europa, como Alemanha, por exemplo.

A última etapa de seleção propriamente dita é feito pela POLI-USP. Após isso, a última etapa é o envio da documentação e uma carta de motivação pelo sistema da PoliTo.

Conforme consta no site da PoliTo, os níveis são

Inglês: IELTS 5.5 para Automotive Engineering e IELTS 5.0 para os demais cursos.

Italiano: uma relação dos requisitos pode ser encontrada no seguinte link (http://apply.polito.it/pdf/Tabella_riassuntiva_18-19_LM.pdf)

Para os cursos em inglês, a faculdade aceita vários certificados. Uma lista deles com uma tabela de conversão útil pode ser encontrada em (https://didattica.polito.it/cla/it/certificazioni/). Para certificados que não estão presentes na lista, você pode contatar o incoming office através do seguinte email (international.admission@polito.it),eles respondem sempre muito rápido.

A PoliTo oferece um curso de línguas. Existe um curso de italiano de primeiro nível online e um curso de italiano segundo nível para os estudantes dos cursos em inglês.

Atualmente estou fazendo as matérias obrigatórias, cuja relação pode ser encontrada em (https://didattica.polito.it/pls/portal30/sviluppo.offerta_formativa.lauree?p_tipo_cds=Z&p_elenco=T&p_lang=IT). Existe bastante liberdade em relação a quais matérias adicionais fazer, mas pouca liberdade em relação a mudança nos cursos obrigatórios. De qualquer forma, depende do caso e as mudanças podem ser conversadas com o advisor. No meu caso eu pude remover uma disciplina de materiais que já tinha cursado no Brasil.

O custo de vida varia de caso a caso. Meu orçamento é de cerca de 600 euros por mês, conseguindo viajar com uma certa frequência. 

A faculdade oferece uma espécie de alojamento, mas é muito mais caro. Em geral, o pessoal que vem para cá procura apartamento por conta própria. Os preços podem variar bastante, mas morando perto da faculdade e bem localizado em termos de comércio as faixas ficam dentro da abaixo:

Morar sozinho em um apartamento: 450-600 euros

Dividir apartamento com quarto individual: 350-450 euros

Dividir quarto: 250-350 euros

No meu caso, eu divido um quarto no centro de Turim e pago 270 euros por mês sem as contas. As contas variam bastante e em geral o sistema de cobrança é bimestral. Mas reservar cerca de 30 euros por mês para as contas deve ser o suficiente. A única ressalva é para os meses de inverno, onde as contas podem vir bem mais altas devido ao aquecimento.

Em geral minha alimentação é baseada em massa (Itália <3). Um prato convencional seria macarrão com alguma carne de frango ou peru. Em alguns dias da semana substituo macarrão por batata. Arroz também é uma opção. Infelizmente carne bovina é bem mais cara que no Brasil. Tem a mensa que custa 1,9 euros, com uma boa comida e em uma quantidade razoável, mas nada como um bandeco (saudades).

A cidade é relativamente pequena e bem servida de transporte. Tem vários serviços de bike sharing na cidade. O mais popular é o TObike, onde você pega e devolve a bicicleta em uma das várias estações espalhadas pela cidade. É também muito útil para voltar para casa tarde da noite, quando o ônibus deixa de circular. O preço é de 20 euros por ano, então compensa muito.

Quem vai estudar engenharia automotiva, vai precisar fazer o abonamento de transporte público, que custa 181 euros e é valido por 12 meses, com uso ilimitado. Para quem gosta de Uber, o serviço não está disponível na Itália, mas aqui em Turim tem um similar que se chama Zego. Na prática é a mesma coisa, a diferença é que o motorista vai te ligar para pedir mais detalhes da corrida, então é bom estar com o italiano afiado.

Não espere pelos Open bares do Brasil. Não há nada como isso aqui. O que é muito comum na Itália são os famosos aperitivos, onde você paga um preço fixo (entre 8 e 10 euros no geral) por um open food e um ou dois drinks. Aqui também é muito comum o pessoal se reunir em um dos bares ou cafés da cidade para conversar. 

Não, bolsa é uma palavra forte, são bem difíceis. Eu conheço apenas uma pessoa que conseguiu bolsa do governo italiano. Eu optaria por tentar algo no Brasil. Se você é estudante de baixa renda tente associações ou institutos como a Associação dos Engenheiros Politécnicos ou o Instituto Semear.

Uma outra opção para bolsas é a Fundação Estudar.

Em geral a carga horária é parecida com a Poli, talvez um pouco maior, mas o número de créditos de optativa é menor e até inexistentes em alguns cursos. A diferença é que as aulas são bem mais longas que na Poli. Por exemplo, é bem comum ter uma aula da mesma matéria por 3h seguidas.

Eu estou curtindo muito o intercâmbio em geral. Algumas coisas que eu acho melhor que a poli são: infraestrutura da faculdade, serviços de atendimento, relação aluno-professor parece bem mais humana e os sistemas de tecnologia (o jupiterweb) são bem mais avançados (todo o sistema é integrado em um app, onde você tem os mapas da faculdade, pode consultar salas de estudo livres, consultar sua nota, agendar as provas e muito mais).

Minha maior dificuldade tem sido a língua. Eu não tinha um inglês bom antes de chegar aqui e nenhum conhecimento de italiano. Isso muitas vezes é uma barreira muito grande para conhecer novas pessoas.

Meu maior conselho é que o futuro intercambista venha preparado para sair da zona de conforto. O intercâmbio é uma excelente oportunidade para aprender coisas novas e muitas vezes o processo de aprendizado não é uma coisa fácil, então encare de maneira positiva as possíveis dificuldades a serem encontradas. Entrar em contato com pessoas que já estão no intercâmbio é sempre uma boa ideia. A dica de ouro aqui é perguntar sempre que a dúvida aparecer, aproveite da experiência de quem já passou por tudo que você esta prestes a passar.

          D.N.

finlândia

    Tive uma experiência internacional em parceria com a Universidade de Aalto, da Finlândia, participando de um programa chamado Product Development Project (PDP), no qual uma empresa parceira da universidade propôs um problema e uma equipe internacional e multidisciplinar de alunos resolveu este problema com as ferramentas apresentadas no curso, com uma equipe de 7 pessoas na Finlândia e uma equipe remota de 3 pessoas da USP. Neste caso, fui parte da equipe remota e visitei a Finlândia por duas vezes, em períodos de 10 dias para a abertura e o encerramento do programa. O projeto era proposto pela firma finlandesa Tulikivi, especializada em lareiras e saunas de pedra sabão. O desafio foi trazer o conforto de uma lareira a lenha para um apartamento, onde não podiam ser instaladas devido ao seu peso. A solução foi um painel elétrico de pedra sabão, controlado por celular, com formato totalmente personalizável e com luzes LED para trazer a ambientação luminosa da lareira. Um painel de 2000W pode ser vendido e instalado por 400 EUR, contra 5000 EUR de um sistema de radiadores a água quente.

Na Aalto, acho que a maior diferença de infraestrutura era que nunca faltavam coisas triviais e na organização. Todos lugares eram extremamente organizados e abastecidos de materiais para trabalho, etc. A estrutura também era bem mais nova, já que vários prédios do campus são novos ou foram reformados recentemente. Os equipamentos também eram bem mais novos e atualizados, mais condizentes com o estado da arte. Em termos de cultura, tem bastante diferença. Os finlandeses são bem mais reservados que o brasileiro e tem um espaço pessoal muito maior. Depois que você conhece melhor as pessoas e quebra o gelo, eles são super amigáveis e receptivos, mas ainda respeitando o espaço individual das pessoas. Também lá tem muito a questão da cultura de confiança. Não existe catraca no metrô, por exemplo. A galera lá acredita que vc como cidadão vai cumprir com suas responsabilidades, é muito bacana ver isso funcionando.

Super recomendo a Finlândia para um AE! É uma experiência cultural sensacional, além do fato que lá é um dos países mais inovadores e com a segunda maior concentração de startups por habitante no mundo. Se você quer viver algo nessa pegada, é muito legal! Na verdade, eu via a Finlândia como aqueles países que todo mundo vai dar de exemplo na hora de falar de como uma sociedade tem que funcionar haha. Mas indo pra lá, acho que funciona muito por causa da cultura local, com os costumes deles. Já tinha uma boa ideia de lá, mas saí com uma visão ainda melhor do país!

Tem três pontos negativos: As coisas custam caro na Finlândia, desde moradia até alimentação. Então pode ser um pouco difícil viver lá com o orçamento apertado. O frio também é algo que é mais difícil de se acostumar. A língua pode ser um problema também, porque você se sente muito perdido com as placas e com as pessoas na rua falando uma língua completamente diferente. A vantagem é que lá quase todo mundo fala inglês fluente, o que ajuda bastante na hora de se comunicar.

Opinião geral: Recomendo bastante quem puder ter a oportunidade de ir para a Finlândia, acho que é bem transformador em termos de cultura e visão de mundo!

                                                                                                                           P.F

       Faço Eng. Mecânica na Poli e fiz AE na Aalto University. Minha média Poli era 7,0 quando fui aprovado para o intercâmbio.

Não fazia nada de atividade extracurricular, mas fiz 6 meses de Keep Flying.

 

Sinceramente não acho que eu tenha sido aprovado por ter algum diferencial hahahaha simplesmente é um lugar que as pessoas não tem interesse em fazer intercâmbio.

 

Na verdade eu queria alguma universidade em países nórdicos, então fiquei entre Finlândia e Suécia. Basicamente escolhi pelo país e não pela universidade em si, apesar que havia sim feito uma pequena pesquisa a respeito das pesquisas da universidade na minha área de interesse, no caso biomecânica.

 

Sobre os documentos pedidos: Study plan e papel de inscrição no TOEFL foram entregues diretamente para a universidade de destino. Carta de motivação e histórico escolar completo em ingles foram entregues à CRINT e não sei se estes foram ou não entregues à universidade do exterior.

 

Bom, isso foi bem curioso, porque teoricamente eles exigem TOEFL acima de 92, então eu fui correndo fazer a prova, mas o resultado não saiu antes do anúncio da reserva da vaga, portanto a escola não exigiu nenhuma proficiência hahahaha. Não tive que mostrar nenhuma nota, mas como todas as aulas são ministradas em inglês, é plausível que você seja fluente.

A instituição oferece vários cursos de língua. A faculdade tem uma área dedicada apenas a issso,sendo oferecidos cursos de russo, espanhol, alemão, dentre outros , além de sueco e finlandes (línguas oficiais) e ingles que é amplamente difundido no país.

 A faculdade finlandesa obriga o aluno intercambista a enviar um study plan assinado pelo coordenador de curso da faculdade de origem e este é assinado e comentado pela responsável pelos intecambistas da América Latina lá. No entanto, de forma alguma o aluno é obrigado a fazer matérias contidas naquele plano (eu, por exemplo, só fiz uma das matérias lá contidas). Além disso, o aluno tem total liberdade de escolher matérias em quaisquer áreas de interesse, em quaisquer campi da universidade. Não há mínimo de créditos que você deva cumprir em sua área, nem no departamento de línguas (essas restrições apenas são aplicadas quando o aluno cursa um máster lá, e nós brasileiros somos apenas exchange students). Acho que a maior diferença da poli pra Aalto é em relação à didática e instalações da universidade.

Didática: Professores bons, porém com certa dificuldade em prender a atenção dos alunos (talvez igual à poli hahaha), porém as matérias são infinitamente mais coxas que na poli (1 hora de estudos antes das provas ja é mais que suficiente), nenhum professor cobra presença e extremamente atenciosos quando mandam email ou fazem qualquer tipo de solicitação (isso é bem triste na poli, inclusive).

Instalações/labs: Extremamente modernos e de ultima geração (eu não sabia nem onde ficava o botão on/off de algumas máquinas pra você ver o nível). Infelizmente no tempo que a gente faz 1 parafuso, eles já fizeram uns 100 :( apesar de eu, sinceramente, achar o nível dos alunos da poli bem melhor.

Só um adendo, uma diferença enorme que eu reparei foi a não burocracia em diversos aspectos da faculdade...se você quiser usar a oficina, vai lá e usa...se você quiser falar com um professor, vai na sala dele e fala...se você quiser usar um computador, vai lá e usa (não precisa andar 2 km pra achar um que funcione ou que você esteja autorizado a usar).

Custo de vida: Incrivelmente, a Finlândia é um dos países mais baratos da Europa para estudante! Infelizmente, se você não for estudante, você está ferrado! Sendo estudante, você tem descontos na alimentação (o bandeco aqui fica mais barato, cerca de 2,6 euros) e o transporte também recebe um desconto.

Sobre a moradia: Essa foi um dos meus problemas aqui. Assim, um pouco depois de você mandar a inscrição, eles te mandam duas opções de lugares de moradia, um se chama AYY e o outro se chama HOAS, que são moradias universitárias bem baratas. Como eles enviaram as opções muito em cima da hora, eu não tive tempo de fazer a inscrição. Então, eu acabei morando no começo com outros brasileiros que também foram pra Finlândia que conseguiram uma vaga. Depois disso, eu acabei ficando em um hostel conveniado com a faculdade. O hostel era muito bom e tinha de tudo, mas eram certa de 450 euros por mês, o que é meio (bastante) caro, sendo que as casas universitárias saem por volta de 300 euros.

Comida: a comida aqui é muito boa! Não tem nada de estranho na alimentação, e é bem “internacional”. Além disso, o bandeco aqui é 2,6 euros que é bem mais barato do que em outros lugares da Europa.

Transporte: em outubro do ano passado abriu uma nova de linha de metrô na zona da faculdade, então facilitou muito! Além de outras linhas de ônibus com conexão com a linha de metro. Ficou muito prático depois disso, eu pegava somente um ônibus para ir para a Universidade. O transporte aqui é muito bom e pontual!

A Finlândia não é o lugar ideal para ir em festa. Outros países da europa tem uma vida noturna muito mais animada. Mas, como não tem muitos clubes aqui, a faculdade acaba fazendo seus próprios eventos, umas festinhas na faculdade mesmo, tem muito afterparty, beerpong. Além disso, tem um negócio chamado “sitsit” tipo um “”barzinho”” daqui muito diferente e muito maneiro!

Não tive nenhuma bolsa! Uma das pessoas que veio comigo acabou trabalhando nos correios da Finlândia para bancar o intercambio, mas tudo isso por fora e não com uma relação direta com a faculdade.

Eu fiz 41 créditos de ECTS, que equivalem a mais ou menos 32 créditos. Houve algumas matérias obrigatórias e algumas matérias de biomédicas (eu tô no bloco vermelho de Biomedica) e o resto foram optativas. Para as optativas não há qualquer restrição, você pode fazer o que quiser o que é muito legal! Além disso, as matérias aqui são muito tranquilas e não há preocupação com a disciplina ser fora da sua área ou ter algum pré-requisito.

Sobre o intercâmbio de uma maneira geral: eu amei! De verdade, é uma realidade completamente diferente da Poli em termos didáticos. Eles são muito mais liberais, não é obrigatório ir na aula, não tem lista de chamada e tudo mais. Entretanto, eu achei que alguns professores não entendiam tanto do assunto da aula. Pra mim, os professores da Poli manjavam mais. Se você não lida bem com a pressão da Poli, a Finlândia é o lugar ideal, as matérias são muito tranquilas. Para mim, isso foi um choque! Sair da Poli e viver essa realidade nova foi muito bom.

Eu não encontrei muitas dificuldades, nem a língua foi uma grande barreira (grande parte das pessoas aqui falam inglês)! A cultura dos finlandeses é um pouco diferente, mas eles sempre foram muito legais. Talvez a maior dificuldade mesmo tenha sido a moradia no começo, porque eu literalmente tive que dormir no chão até encontrar um lugar hahaha.

Eu realmente me adaptei muito bem! Mas um dos brasileiros que veio comigo não teve a mesma sorte. Ele teve um pouco de dificuldade com a cultura finlandesa e com as relações interpessoais aqui.  Acho que isso acaba sendo meio pessoal.

Eu só tenho coisas boas para falar sobre a Finlândia! Uma dica: venha pra cá hahah! É uma experiência sensacional!

             F.F.

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